São Tomé: ADI acusa Vila Nova de “golpe de Estado palaciano”

Presidente Vila Nova garante ter motivos para demitir o Governo. ADI critica duramente a postura do PR, acusando-o de «golpe de Estado palaciano».

São Tomé e Príncipe tem atravessado períodos conturbados após a decisão do Presidente da República, Carlos Vila Nova, de demitir o Governo chefiado por Patrice Trovoada.

Vila Nova deu ao partido no poder, o Ação Democrática Independente, um prazo de 72 horas para apresentar um novo nome para liderar o executivo, tendo o partido compactuado, mesmo depois de uma maioria interna ter apoiado a realização de eleições legislativas antecipadas.

Após ter considerado outros nomes, o ADI apresentou Adelino Amado Pereira, mas Vila Nova, através de um decreto presidencial, nomeou Américo Ramos como novo primeiro-ministro sem comunicar ao ADI, segundo comunicado oficial do partido, que acusa o Presidente de orquestrar um «golpe de Estado palaciano». «O ADI (…) lutará com toda a determinação (…) para que seja reposta a constitucionalidade de ação política do Senhor Presidente, assim como evitar que se abra precedentes», pode ler-se no documento. «Ao longo destes anos», disse Vila Nova, «privilegiei sempre a estabilidade governativa e nacional, porque não faltaram motivos e razões para que pudesse ter demitido este Governo». O Presidente procedeu a enumerar as razões da decisão: «A falta de lealdade institucional e de respeito, a recorrente inexistência de contactos pessoais entre o Governo, na pessoa do primeiro-ministro, e o Presidente da República e celebração de acordos internacionais sem conhecimento prévio do Presidente da República», foram alguns motivos enumerados por Vila Nova, que também nomeou os dez ministros que formarão o novo Governo.