Ramalho Eanes faz anos. Marcelo destaca serviço a Portugal

O primeiro Presidente da República eleito democraticamente após o 25 de Abril, completa 90 anos este sábado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou António Ramalho Eanes pelo seu 90.º aniversário.

Numa nota publicada no site da Presidência, Marcelo diz deixar “duas palavras muito sentidas, embora muito breves”, para felicitar Ramalho Eanes – que foi Presidente da República entre 1976 e 1986 – pelos seus 90 anos “que são, larguissimamente, anos vividos ao serviço de Portugal”.

“De facto, muito cedo, o Senhor Presidente António Ramalho Eanes, antes mesmo de ter sido o primeiro Presidente da República eleito em Democracia, serviu Portugal”, lê-se. E acrescenta: “Serviu Portugal nas Forças Armadas. Serviu Portugal no 25 de Abril. Serviu Portugal durante a revolução. Serviu Portugal antes, durante e depois do 25 de Novembro de 1975. Serviu Portugal com a sua candidatura à Presidência da República. Serviu Portugal com a sua recandidatura e reeleição no segundo mandato na Presidência da República. Serviu Portugal na investigação, no trabalho académico, que incentivou, que concebeu, que concretizou com sucesso, em domínios fundamentais para a compreensão do mundo das relações internacionais, das instituições internas e da interrelação entre as instituições e as sociedades. Serviu Portugal e serve no Conselho de Estado ao longo de décadas. Serviu e serve Portugal na sua permanente atenção ao papel das Forças Armadas no presente e no futuro de Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa escreve ainda que Ramalho Eanes serviu e continua a servir o país “naquilo que representa de empenho cívico, de capacidade de colocar, com uma visão de Estado, o interesse nacional sempre em primeiro lugar e com uma energia, com uma criatividade, com uma imaginação e sempre com uma ponderação e com um bom senso na expressão da vontade popular, que é um dos fatores de estabilidade constante na nossa Democracia”.

Recorde-se que, Ramalho Eanes, nasceu a 25 de janeiro de 1935 em Alcains, no concelho de Castelo Branco. Numa recente entrevista feita por José António Saraiva, o antigo Presidente da República contou ao Nascer do SOL aspetos capitais do 25 de Novembro. Conta que saiu de casa armado com uma pistola, narra em pormenor o que se passou em Belém na reunião com Costa Gomes, afirma que a guerra civil esteve iminente, e pensa que Álvaro Cunhal recuou quando percebeu que a sublevação não podia vencer. E adianta uma declaração inesperada: que fez o possível para não ser ele o chefe daquela operação.