Homenagem a José António Saraiva

Pensava sempre pela sua cabeça, com independência e frontalidade. E isto merece admiração e respeito.

Conheci José António Saraiva nos anos 90 do século passado: ele, Diretor do Expresso, eu, membro do governo. E mantivemos daí para cá, ao longo destas décadas, uma excelente relação.

Frontal e polémico, José António Saraiva deixa uma marca forte na comunicação social portuguesa:

• Primeiro, como Diretor do Expresso levou o semanário a um lugar de enorme destaque, prestígio e influência;

• Depois, como fundador e Diretor do SOL, evidenciou grande coragem e espírito de inovação e empreendimento:

• Terceiro, num semanário e no outro, foi sempre uma referência incontornável no comentário político. Agradava ou desagradava, acertava ou falhava nas suas previsões. Como sucede com qualquer um de nós. Mas pensava sempre pela sua cabeça, com independência e frontalidade. E isto merece admiração e respeito.

• Finalmente, era um excelente conversador e um empenhado contador de histórias. Durante anos, beneficiei desse privilégio.

A sua morte é uma enorme perda para a família e para a comunicação social portuguesa. Neste momento de dor, a minha homenagem ao Senhor Arquiteto – foi sempre assim que o tratei – e as minhas sentidas condolências à sua família e ao SOL. Este é um dia difícil e amargo.