O período de férias no mês de agosto devia ser para refletir, mas por todo o historial político acaba por ser o mês de promessas dos líderes partidários, que infelizmente é mais propaganda do que ação.
Estamos em campanha eleitoral em breve as eleições autárquicas, que mobilizam milhares de portugueses a captar os votos. Em democracia votar nestas eleições é o direito de escolher quem nos representa no poder local, o que está junto de nós e que nos cria infraestruturas para termos qualidade de vida.
Também tivemos em 18 de maio eleições legislativas, a composição da Assembleia da República foi muito alterada, mas o novo Governo continua em minoria, PS e PSD, têm sido a alternância e a democracia tem funcionado. Talvez por culpa própria, estes dois partidos com a ganância de proteger os amigos e familiares ‘muitos sem qualquer competência’ dando-lhe lugares e poder, deixaram o campo aberto a partidos que souberam e muito bem aproveitar o descontentamento das populações. O maior exemplo desse descontentamento, foi bem aproveitado pelo partido Chega e pelo seu líder André Ventura, foi eleito deputado único em 2019 e em seis anos com várias eleições legislativas que não deviam ter existido é o segundo partido mais representativo no parlamento e o mais votado na emigração.
Os governos minoritários, estão sempre a prazo, não é possível para aprovar o seu programa entenderem-se hoje com o partido socialista e amanhã com o partido chega. A sua sobrevivência é precária e está sempre dependente.
Analisando estes dois partidos PS e PSD, verifica-se o comportamento dos seus líderes. Como é possível tentar iluminar o passado? António Costa, saiu de secretário-geral do PS, a seguir foi eleito para o lugar Pedro Nuno Santos e o que fez? Esquecer toda a existência de quem lhe deu palco e notoriedade. Resultado…não sobreviveu ao desaire. Não menciono o atual líder José Luís Carneiro, ainda não teve tempo de avaliar. O mesmo acontece com o PSD. Pedro Passos Coelho, foi um líder carismático, deu palco e conhecimento a Luís Montenegro, sem ele a sua existência política era insignificante, e o que tem feito? Simplesmente o desprezo. Lembrando uma citação de Sá Carneiro: «A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha». É por tudo isto que a gratidão e a falta de ética é simplesmente banida.
Também se aproxima as eleições presidenciais e talvez seja o momento de fazer uma grande reflexão. A realidade é que o atual PR, Marcelo Rebelo de Sousa, uma Personalidade tão inteligente e culta, tem tido um segundo mandato dececionante, a ele se deve a instabilidade de ter havido eleições sem qualquer necessidade, e o desprestigio do mais alto cargo da nação, sendo tratado pelos partidos políticos com desprezo e sem consideração.
O Presidente da República é o símbolo e representante de um país e de todos os portugueses, tem de ser apartidário e livre. Os partidos políticos deviam ser neutros e sem qualquer indicação, mas na realidade não está a acontecer. A Comissão Política do PSD, declarou apoio a Luís Marques Mendes, e como se costuma dizer e alterando um ditado lusitano que diz: ‘Não há festa nem festança do PSD, sem Marques Mendes na sua dança’. Resultado? Militantes estão divididos no seu apoio, porque é um candidato de partido político na Presidência da República. António José Seguro está nas mesmas circunstâncias, embora sem apoio declarado do PS, a sua base de apoio vem desse partido, dividindo os militantes.
Eu sou militante filiada num partido político o PSD, mas como tantos militantes e ex. líderes do meu partido, não sou seguidista desta estratégia. O próximo Presidente da República, tem de ser independente e livre dos partidos políticos. ‘Deve cumprir e fazer cumprir a Constituição’. Portugal precisa de voltar a ter o mais alto magistrado da nação, um Presidente da República de todos os portugueses respeitado e exigente.