Escrevo estas linhas da Ilha de Moçambique, primeira capital do país, local por onde passaram grandes nomes da história portuguesa. Vasco da Gama passou por aqui várias vezes e Luís de Camões viveu aqui entre 1567 e 1569 depois de uma temporada na Índia e antes do regresso a Portugal. Segundo a história, foi aqui que escreveu o final dos Lusíadas. Neste local é fácil sentir o poder e a entrega à causa da Nação daqueles que, nessa época, assumiram protagonismo e responsabilidades públicas. Davam a vida pela missão.
Serve esta introdução para devidamente contextualizar a debilidade e o desinteresse associado à generalidade dos políticos em funções. No que ao partido do qual sou militante (por respeito ao seu fundador) tenho várias vezes apontado as fragilidades, graves, de alguns dos seus atuais protagonistas. Luís Montenegro e Hugo Soares dizem aquilo e apenas aquilo que acham que fica bem, sem fazerem a mais pequena ideia do que, na realidade, estão a dizer. Foi assim no dia que os conheci quando confundiam de forma absolutamente incompetente €2000 por português com €1.000.000 por português. E tinham propostas para distribuir €1.000.000 por português. Sem qualquer solidez ou justificação; apenas porque ficaria bem prometer ao eleitorado; daria votos. A primeira pergunta que lhes fiz na vida foi que nota tiveram a matemática no liceu. Não revelaram, mas dá para imaginar. Essa e as restantes notas… Eles que resolviam os problemas do país em 60 dias, na saúde, na justiça, nos incêndios. Eles os competentes capacitados. Mostram todos os dias que não passam de uns meros contadores de histórias. O caso Spinumviva constitui uma evidência mais da realidade e do espírito que acompanha estes nomes.
Também Carlos Moedas tem, em minha opinião, sido um completo desastre na gestão da autarquia. Já não me lembro de um PCML tão fraquinho tão sem jeito. Pessoalmente tenho defendido o afastamento destas pessoas por visível impostura entre o que dizem saber e querer fazer e aquilo que na realidade (não) fazem.
Contudo, até os mais aprimorados atores falham e deixam que a máscara caia. Estar sempre a fingir não é fácil, nem para os que passam os dias a fazê-lo.
Como pode ser explicado que no preciso momento em que Portugal enfrenta uma calamidade e chovem cinzas em várias cidades e vilas do país, Hugo Soares, Leitão Amaro, Carlos Moedas e Luís Montenegro, comemorem, nem sabemos bem o quê, numa festa no Algarve, com copos e dança? Considero gravíssimo; mostram de forma clara a sua incapacidade política e humana em gerir qualquer instituição com responsabilidades públicas e muito menos o país. De referir que após as críticas do candidato a presidente Almirante Gouveia e Melo, a esta vil atitude, houve logo quem fingisse estar preocupado e tenha também fingido agir… Muito bem da parte do Almirante!
Tenho uma enorme pena que o PSD ande adormecido, completamente anestesiado, e conviva com naturalidade com este tipo de aberração política. Como não sou alinhado com o conformismo, com a incompetência, ou com histórias para adormecer eleitorado, considero, inspirado nos bons nomes da História portuguesa, que estes quatro nomes deveriam ser afastados das responsabilidades que pediram para assumir. Por mim era já! Aqui fica o repto ao PSD e à seriedade que parece não viver os melhores dias. O país precisa de mais e melhor.