CHunGA, Subsídio-Dependente em Belém?

Os portugueses têm toda a razão para estar muito aborrecidos com a ausência de qualidade e de seriedade na política enquanto instrumento de humanização e desenvolvimento do país.

Exma. Sr.ª Eleitora e Exmo. Sr. Eleitor

Apesar das importantes eleições autárquicas que se realizam no próximo dia 12 de Setembro, as eleições presidenciais de 18 de Janeiro começam a marcar diariamente a agenda mediática. Nas duas últimas eleições os portugueses elegeram para o mais alto magistrado da Nação o professor Marcelo Rebelo de Sousa, distinto professor catedrático, com uma elevadíssima notoriedade por via do seu interrupto comentário semanal televisivo onde por norma foi líder de audiência. Bem ou mal os portugueses elegeram um professor comentador e tiveram na presidência um professor comentador.

Vejo muitos eleitores do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, surpreendidos com o estilo. Pessoalmente surpreende-me que estejam surpreendidos. As pessoas são o que são, e a vida é uma constante aprendizagem.

As próximas eleições presidenciais determinarão muito daquilo que Portugal poderá ser nos próximos 10 anos. Nas escolhas possíveis teremos vários representantes das forças políticas atualmente mais representativas, AD, Chega, PS e IL, com candidaturas onde não se reconhece nem obra, nem currículo, nem independência face a um sistema que teimosamente não evoluiu e que gradualmente apresenta sinais de deterioração seja por via da incompetência e nepotismo generalizado das forças mais tradicionais, seja pela falta de educação, falta de projeto, calúnia, intrujice e chungaria que caracterizam de forma generalizada e frequente as forças politicas mais recentes.

Considero que Portugal não tem evoluído no sistema político e considero que as alternativas que se dizem diferentes não passam de ilusões. André Ventura também ele antigo comentador (sem o brilhantismo de Marcelo Rebelo de Sousa) já mostrava enquanto comentador de futebol o seu estilo arruaceiro e chungoso. Hoje líder da oposição e candidato presidencial é frequentador da mentira e um subsídio-dependente da subvenção estatal, personificando muito bem as minorias que diz combater.

Os portugueses têm toda a razão para estar muito aborrecidos com a ausência de qualidade e de seriedade na política enquanto instrumento de humanização e desenvolvimento do país. Os portugueses devem, contudo, ser ponderados na sua análise e devem ter muito cuidado com a imprudência de virem a colocar a raposa dentro do galinheiro. Devemos evitar ter um presidente ligado aos partidos políticos, numa fase onde a qualidade da génese central desses mesmos partidos está perigosamente fragilizada (estou efetivamente a referir-me aos principais partidos e à falta de qualidade das pessoas que os representam: o PSD, o Chega, o PS e a IL). Mais perigoso ainda é arriscarmos ter um presidente arruaceiro, subsídio-dependente e chungoso.

O próximo Presidente deve ser independente, com currículo e provas dadas. Essas são as características necessárias para um contributo de qualidade para a democracia e para o desenvolvimento humano e económico de Portugal.

CEO do Taguspark, Professor universitário