Montepio. Votação entra na reta final 

A surpresa poderá ser nos resultados das eleições para a Assembleia de Representantes.

A votação para as eleições da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) está a entrar na reta final. O desfecho será revelado no dia 19, mas se não há dúvidas em relação ao próximo líder da entidade, o atual presidente Vergílio Lima segue sozinho, o mesmo não se pode dizer em relação à Assembleia de Representantes, onde avançam duas listas: uma de continuidade e outra ligada à oposição. 

E sendo a Assembleia de Representantes uma ‘espécie de Parlamento’ – conta com 30 membros eleitos pelo método de Hondt, onde são debatidos e votados documentos fundamentais da vida da Mutualista – significa que se a lista de oposição liderada por Tiago Mota Saraiva captar mais votos tornará a vida da administração mais difícil, já que pode chumbar assuntos vitais internos, como orçamentos e tendo em conta que uma das suas políticas de bandeira diz respeito à revisão dos critérios remuneratórios e outros privilégios dos membros dos órgãos sociais, nomeadamente as denominadas reformas douradas. 

Outro dos objetivos passa por repensar na questão do mutualismo. «É fundamental pensar o que é isto do mutualismo para que seja plasmado numa revisão estatutária que queremos levar avante», disse Tiago Mota Saraiva ao Nascer do SOL, defendendo que deverá estar relacionado com a ideia das poupanças. «Foi para isso que foi feito o mutualismo. Não foi para repetir práticas bancárias ou para repetir aquilo que é o convencional negócio bancário», defendeu.

Também o reforço e a promoção da habitação com vista a arranjar novas formas de providenciar habitação para os associados está na mira desta lista. 

Recorde-se que, tal como o Nascer do SOL já avançou, também Virgílio Lima pretende investir 20 milhões por ano na aquisição de imóveis para os associados que não tiverem condições financeiras para adquirir o imóvel ou no caso de não terem o capital necessário para darem ‘entrada’ e arrendá-los. Na altura, reconheceu que se tratava de «uma modalidade através da qual se propõe responder às necessidades de habitação da sua comunidade de associados», defendendo que esta é uma das propostas da entidade para responder, em parte, ao problema da crise da habitação.

Tal como o nosso jornal já tinha avançado, os kits de voto já chegaram a casa dos 492 mil associados (só pode votar quem tem mais de 18 anos e com mais de dois anos de vida associativa), ficando assim longe dos mais de 600 mil. Já o voto eletrónico só estará disponível entre os dias 15 a 19 de dezembro. O mesmo acontece a quem optar por votar presencialmente.