Alguns dos países em causa tinham governos estáveis, não democráticos como é óbvio, mas garantiam uma certa estabilidade, pelo menos a quem espreitava de fora.
Quando se anunciou a Primavera Árabe, um pouco por todo o mundo ocidental, abriram-se garrafas de champanhe pensando que a democracia, por artes mágicas, se iria instalar nesses territórios.
Quem pensasse o contrário era apelidado simpaticamente de ignorante, para não dizer atrasado mental. Hoje olhamos, por exemplo, para oEgipto e lemos que centenas de homens foram condenados à morte por pertencerem à Irmandade Humana, uma organização que deve ter sido apoiada para derrubar o antigo homem forte do país, mas que depois apresentou uma conta demasiado alta.
A ditadura nunca deixou de mandar no país das pirâmides, mas hoje, a atender ao que se tem escrito, o território está sem esperança no futuro.
O mesmo se poderia dizer da Líbia, por exemplo. Pelos relatos que nos chegam, apenas a Tunísia está a caminhar, lentamente é certo, na direcção correcta.
Por outro lado, quando rebentou a crise na Ucrânia, a maioria disse maravilhas da solidariedade entre os manifestantes – não vendo alguns ‘meninos’ de extrema-direita – e apoiou a deposição do antigo Presidente da República, tido como um fantoche de Moscovo.
Passada essa euforia, como está o território? Um autêntico barril de pólvora…
Os exemplos não faltam à escala planetária.Venezuela, Bolívia, entre outros, também gozaram e gozam da simpatia daqueles que se gostam de arvorar em donos da verdade. Mas a verdade é que essas criaturas são as mesmas que têm feito os piores cenários para o caminho que Portugal tem seguido.
Pergunto-me: se falharam tanto nas questões internacionais, será que também não o fizeram nas nacionais? Parece-me óbvio que sim e esperemos que o país comece a subir, mas sustentadamente e sem colocar em perigo as gerações futuras. Tudo aquilo que for agora desperdiçado, alguém há-de pagar a factura….
vitor.rainho@sol.pt