Primavera chega hoje ao Porto

Mais ecléctico e transversal. É assim que José Barreiro, director do Nos Primavera Sound, caracteriza a edição deste ano do festival – que começa hoje e se prolonga até sábado, dia 7. Pelo terceiro ano consecutivo, o Parque da Cidade, no Porto, vai receber mais de 50 espectáculos e, olhando para o cartaz, saltam à vista…

Com actuação agendada para o primeiro dia, o rapper de 26 anos conquistou atenção global há dois anos, quando lançou Good Kid, M.A.A.D City. O terceiro álbum de Lamar foi aplaudido pela crítica mundial por afirmar uma voz própria no hip hop, introduzindo abordagens que desafiam as fronteiras do estilo. Já Sky Ferreira, que também se apresenta quinta-feira, 'insurgiu-se' contra todos os que viam nela a próxima Britney Spears e lançou Night Time, My Time, disco pop cheio de ambiguidades, que tanto pisca o olho ao indie como anda de mãos dadas com o mainstream. 

 

Para pais e filhos

Com uma plateia maioritariamente acima dos 35 anos, José Barreiro acredita que a presença dos dois artistas vai trazer um público mais jovem até ao Parque da Cidade. “Até porque nesse dia também toca Caetano Veloso e é muito natural que os pais venham para ver um concerto e os filhos outro”. E nessa contabilidade de público, José Barreiro confirma que a adesão tem superado as expectativas. “Se não esgotarmos, estaremos muito perto disso”, diz, confirmando que os passes de três dias já estavam praticamente vendidos, restando apenas dois mil bilhetes. 

Será então esta a altura para ponderar a expansão? “Queremos ser o melhor festival do país e não o maior. Nem tudo tem de ser em termos de números. Temos o compromisso de não ultrapassar as 25 mil pessoas e queremos manter”, responde Barreiro, referindo que o “público muito específico” do Primavera também assim o exige. “Tenho amigos de 50 anos que me dizem 'obrigado' por terem podido voltar a um festival. É gente que não perdeu o gosto pela música, mas tinha perdido o hábito de ir a festivais para evitar confusões. Aqui sente-se em casa. É isto que preservamos”. 

Para esse público mais velho e melómano, os já citados Caetano Veloso, Pixies, Lee Ranaldo (Sonic Youth) e John Grant são nomes fortes. Ty Segall, Darkside (projecto de Nicolas Jaar com Dave Harrington), St. Vincent, !!!, Todd Terje e Haim são alguns outros dos mais aguardados. Do lado nacional, You Can't Win, Charlie Brown é o nome mais destacado. 

alexandra.ho@sol.pt