Portugal já não está sob a dependência da ‘troika’, diz o ministro da Economia

O ministro da Economia disse hoje, em Santarém, que a opção do Governo de não reabrir o programa de assistência, deixando de receber a última tranche do empréstimo, significa que Portugal já não está sob a dependência dos credores.

Portugal já não está sob a dependência da ‘troika’, diz o ministro da Economia

Pires de Lima, que hoje visitou a Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, refutou que esta decisão prejudique o país, frisando que ela visou evitar a reabertura "de um processo que está fechado".  

A medida ocorreu porque a decisão do Tribunal Constitucional, que chumbou três das medidas acordadas com a 'troika', "impede o país de ter acesso a essa tranche sem reabrir o processo", disse.

O ministro realçou "o trabalho extraordinário" dos portugueses que "propiciaram" a possibilidade de "abdicar" de um recurso que foi útil devido à taxa de juro "muito convidativa" e de, assim, não se reabrir "um processo que está fechado". 

"Nós já não estamos sob a dependência dos nossos credores, neste caso da 'troika', e isso é muito importante", declarou.

Numa paragem no espaço da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal, Pires de Lima realçou a "prova de vida impressionante" dada pela agricultura, a agro-indústria e a floresta, "um dos sectores mais tradicionais que muitos declararam sem futuro em Portugal há umas décadas".

O Governante referiu o contributo do sector para a "evolução comercial" do país, dando como exemplos o crescimento, na casa dos dois dígitos, das exportações de produtos agrícolas e os muitos jovens empreendedores que se estão a dedicar a estas áreas, mostrando "o que Portugal sabe fazer na agricultura e com muita qualidade".

Pires de Lima destacou ainda o aproveitamento que Portugal tem feito dos fundos comunitários nesta área, com altas taxas de execução nos programas ligados à agricultura, à agro-indústria e também à economia.

Comentando o crescimento da produção industrial em Abril, da ordem dos 5,8% face ao mesmo mês de 2013, conhecido hoje, o ministro afirmou que o país vive ainda "numa fase cheia de desafios".

"Não é possível criar nenhum estado de euforia relativamente ao momento económico que vivemos, porque é um momento muito exigente, cheio de desafios", referiu, realçando "a redução paulatina, mas consistente, por exemplo, do desemprego, o aumento da produção industrial, o aumento de 12% do investimento no primeiro trimestre". 

"Vimos aqui muitos comerciantes de máquinas em Portugal a darem nota de como as vendas em 2013 e 2014 estão a subir. Isto são indicadores muito positivos que nos dão razões para acreditar que a economia portuguesa vai continuar a crescer", frisou.

Lusa/SOL