Sócrates: “É uma campanha de canalhice para me difamar”

José Sócrates recusa estar envolvido no caso Monte Branco ou estar a ser investigado pelo Ministério Público e garante que há uma “campanha de difamação” contra si.

“Isto é uma verdadeira canalhice”, afirmou o ex-primeiro-ministro, no Telejornal da RTP, sobre a capa da revista Sábado que sai para as bancas amanhã com o título “Sócrates é suspeito no caso Monte Branco”. A revista refere, ainda, que depois da detenção de Ricardo Salgado, o Ministério Público “pondera deter o ex-primeiro-ministro para interrogatório”. E acrescenta que Sócrates está sob vigilância há vários meses. 

A Procuradoria-Geral da República já enviou um comunicado a declarar que José Sócrates “não está a ser investigado, nem se encontra entre os arguidos constituídos no caso Monte Branco”. 

Sócrates recusa os factos alegados pela revista e justifica: “Nunca tive conta no estrangeiro. Não tenho contas para movimentar”. O ex-primeiro-ministro referiu, à RTP, que a única conta que tem há mais de 25 anos é da Caixa Geral de Depósitos e que não tem poupanças. Lembrou também que, quando foi para Paris estudar, pediu um empréstimo ao banco e que todo o seu património tem sido declarado no Tribunal Constitucional. “É um absurdo. É preciso capitais para ocultar.” 

Para o ex-primeiro-ministro, foi montada uma “campanha de difamação pura e simples” com o objectivo de colocar “um socialista qualquer na história Monte Branco”.  "É uma campanha de canalhice para me difamar", repetiu.

José Sócrates vai apresentar queixa por difamação contra a revista do grupo Cofina que, diz, escreveu uma “notícia falsa” apenas para o envolver nesta polémica. “Tenciono e vou utilizar todos os meios para me defender”. “Nunca fui suspeito, nem acusado, nem interrogado. E por isso decidi imediatamente vir aqui à RTP”, continuou. 

A revista Sábado conta, ainda, que outros suspeitos são o primo que apareceu no caso Freeport, José Paulo Bernardo, e o amigo que comprou as casas da mãe de José Sócrates, Carlos Manuel dos Santos Silva. Mas, mais uma vez, Sócrates recusou estas alegações: “O meu amigo referido é meu amigo de infância, com cuja vida empresarial não tenho nada a ver. A minha família não faz tráfico de capitais, tenho a certeza”. “Tenho a certeza que entre os meus amigos não estão criminosos”, rematou.