Malala tem apenas 17 anos. Mas o que fez desde os 11 vale pela vida inteira de milhares ou milhões. Ao fazer uma campanha, através de um blogue, contra a barbaridade dos talibãs e as ameaças que as raparigas paquistanesas do Vale de Swat sofreram por simplesmente frequentarem a escola. Ao sofrer no tronco e na cabeça as balas dos obscurantistas que a atingiram, bem como a duas colegas, pela "pregação do secularismo e da chamada moderação iluminada", como justificaram os algozes.
No mundo ocidental parece bizarro uma jovem discursar pelo direito à educação e afirmar que um lápis é mais poderoso do que uma espada. Mas como se vê na fronteira da Turquia com a Síria, ou aqui mais perto no Magrebe, não falta quem mate pela espada contra o lápis.
A justeza e o sentido de oportunidade deste Nobel da Paz, ao contrário de outros bem mais recentes, são de louvar.