As buscas serviram, segundo o Público, para apurar as relações entre António Figueiredo – presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) e o Departamento de Gestão de Património da autarquia.
Durante três horas, a polícia analisou e-mails e documentos para perceber se havia de facto um relacionamento privilegiado entre Figueiredo e aquele departamento, no acesso a informações privilegiadas sobre imóveis postos à venda pela CML.
Segundo o Público, Figueiredo teria intercedido para tentar que um empresário chinês, agora também constituído arguido no processo dos vistos dourados, conseguisse comprar um imóvel da autarquia sem recorrer a uma hasta pública. A CML terá recusado e o negócio não foi avante.
A notícia já foi confirmada pelo gabinete de António Costa, através de um comunicado onde se explica que a investigação incidiu apenas sobre um funcionário da Câmara.
"A busca foi feita a um posto de trabalho ", sublinhou António Costa esta quinta-feira no programa A Quadratura do Círculo, n SIC Notícias.
Antes já o comunicado assegurava que a CML tinha "prestado toda a colaboração que lhe foi solicitada".
PSD quer esclarecimentos
O PSD diz ter sido apanhado de surpresa pelas notícias sobre as buscas. E pede esclarecimentos.
Em comunicado, o vereador António Prôa diz que entende ser "grave" que tenham decorrido buscas na CML enquanto decorria uma reunião da vereação sem que António Costa tenha comunicado esse facto aos vereadores.
"Uma busca judicial na CML não é algo banal", frisa Prôa, afirmando ser "um dever do presidente" informar os vereadores.
António Prôa diz que vai agora pedir esclarecimentos a Costa sobre estas buscas.