Afinal Passos quer um maçon no SIS

A maçonaria volta a reforçar o seu poder nos serviços secretos. Adélio Neiva da Cruz, indicado ontem pelo primeiro-ministro para director do Serviço de Informações de Segurança (SIS), é um maçon activo. Pertence à Loja Europa Jean Monnet, n.º 576 do Grande Oriente Lusitano (GOL), liderada pelo empresário Paulo Mora. 

Afinal Passos quer um maçon no SIS

Nos últimos tempos, correu a ideia de que Passos Coelho estaria à procura de um nome sem ligações maçónicas para substituir Horácio Pinto – que terminou a sua comissão de serviço e que, entretanto, viu-se envolvido no processo dos vistos gold por ter ajudado o arguido e ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado a fazer uma operação de “limpeza electrónica” no seu gabinete.

É que, apesar de Neiva da Cruz ser o sucessor natural de Horácio Pinto – por ser o número dois do SIS desde Janeiro de 2013 -, dentro do PSD houve quem tentasse evitar a sua indicação para o cargo exactamente por ser maçon.  Mas o nome de Neiva da Cruz vingou, tendo o primeiro-ministro falado antes com o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, que concordou com a escolha.

Para Passos Coelho poder agora nomear oficialmente o novo director do SIS, este terá de ser ouvido no Parlamento, como resulta da alteração feita este ano à lei 7/2009. 

Neiva da Cruz é licenciado em Direito e entrou para o SIS em 1988. Integrou o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) em 1995, tendo entretanto estado colocado em Madrid. Em 2010, foi chamado para chefe de gabinete de Júlio Pereira, de onde saiu para director-adjunto do SIS.

catarina.guerreiro@sol.pt