Gustavo Santos volta a criticar o Charlie Hebdo

Depois de um post no Facebook que incendiou as redes sociais, o apresentador e autor de auto-ajuda Gustavo Santos voltou a defender esta segunda-feira na TVI que os jornalistas e cartoonistas assassinados na semana passada em Paris, em represália pela publicação de caricaturas de Maomé, não tiveram “bom senso”.

“Na minha opinião, faltou-lhes bom senso”, afirmou no programa Você na TV, na TVI. “Eu quando digo que não tiveram bom senso, é que se puseram a jeito”, reforçou, quando questionado por Manuel Luis Goucha.

“Acho que as pessoas ainda não perceberam que me estou a referir a radicais islâmicos. Os radicais islâmicos não sabem rir-se de coisas sérias. Aquilo para eles não é humor. É um atentado ao líder”, explicou, defendo que existem limites para o humor.

“Gozem comigo, façam humor comigo, façam humor com os amigos deles, com os partidos políticos, mas não façam humor [com radicais islâmicos]”, disse, admitindo que não achava “graça nenhuma” ao trabalho do jornal satírico francês Charlie Hebdo.

“Para mim o humor tem de ter comédia e aquilo não tem comédia nenhuma”, disse, afirmando que “a liberdade de expressão é uma coisa” e “a libertinagem de expressão é outra”.

Gustavo Santos confessou ter ficado surpreendido com as críticas generalizadas à sua tomada de posição, feita logo a seguir ao massacre em Paris: “Foi totalmente inesperado”. E respondeu aos críticos.

“Uma coisa que é emitir imparcialmente opinião, sem fazer humor, é altamente atacado pela sociedade. (…) Aqueles que fazem libertinagem de expressão, que usam e abusam e se estão nas tintas para as crenças dos outros, ofendendo-os, esses estão na mó de cima”, lamentou.

A minha página no Facebook, durante três dias, o que não faltou ali foi tiroteio”, disse.

Gustavo Santos questionou por fim qual seria a reacção da opinião pública ocidental a uma caricatura sobre a morte dos jornalistas franceses, nos mesmos moldes em que o Charlie Hebdo publicou um cartoon sobre as mortes em protestos no Egipto: “Será que a vida de um francês é mais importante que a de um egípcio, de um sírio?”