Conservatório de Música não abandona protesto enquanto espera verbas para as obras

A Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) comunicou que vai prosseguir com protestos enquanto espera pelas verbas que a Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) prometeu para a realização de obras no edifício.

Contactada pelo SOL, a directora da EMCN Ana Mafalda Pernão explicou que já foram pedidos orçamentos, mas não tem conhecimento de quando as verbas estarão disponíveis, nem se serão suficientes para efectuar todas as obras que a escola necessita.

“Queremos ser recebidos pelo ministro da Educação porque é preciso intervir com uma obra geral. A fachada do edifício e o Salão Nobre, por exemplo, continuam na mesma”, sublinhou.

No comunicado da Comissão Organizadora enviado ao SOL, pode ler-se que a DGESTE informou a direcção da escola de que “seriam disponibilizadas as verbas correspondentes às obras”, a realizar no interior do edifício e respectivo pátio, e que os orçamentos dos empreiteiros estão “actualmente a ser elaborados”.

De acordo com o mesmo comunicado, as obras incluem “reparações da cobertura, e respectivas caleiras e telhas, recuperação dos tectos e paredes com infiltrações e danos significativos, assim como reparação de todos os frisos do pátio”, também este encerrado desde Dezembro devido a razões de segurança.

“Está pedido o orçamento para arranjar as salas, o pátio e a cobertura, que não será na sua totalidade, apenas é para remediar o que for possível”, disse ao SOL Mafalda Pernão.

O encerramento das dez salas de aula implicou a que a escola recorresse a um “plano de contingência”, explicou a directora. “Temos recorrido a adaptações para viabilizar as aulas. Para conseguir mais espaço acabámos com as aulas de apoio e com as audições. A DGESTE ainda tem de libertar a verba para que se iniciem as obras. Entretanto, pedimos ajuda à Escola de Dança do Conservatório Nacional e à Secundária Passos Manuel para que os alunos cumpram os seus horários”, continuou.

Contudo, a directora da escola frisou ao SOL que a comunidade escolar permanecerá em protesto, pois consideram que “as obras visadas pela DGESTE, embora indispensáveis, têm um carácter pontual e imediatista, e não impedirão a sucessiva e perigosa degradação do edifício”, lê-se no comunicado disponibilizado.

Hoje, a comunidade escolar reuniu-se em frente ao estabelecimento de ensino e seguiu numa “marcha fúnebre” até ao Largo de Camões, com o propósito de ilustrar a “morte” da escola. Amanhã, dia 3, a partir das 20h está organizada uma vigília nocturna junto à escola e na 5ª-feira, dia 5, está agendada uma aula no Largo de Camões.

simoneta.vicente@sol.pt