DEco Proteste diz que combustíveis simples “não são mais baratos”

A Deco Proteste considerou que os combustíveis simples, à venda desde hoje, “não são mais baratos” e que o consumidor tem dificuldade em escolher, porque a lei não é clara.

"Parte deste problema deve-se ao facto de a portaria que define a forma como se deverá identificar o combustível ter sido publicada apenas esta semana e com entrada em vigor prevista para 4 de Maio. É inaceitável que uma informação tão importante para o consumidor tenha ficado para o último momento, pondo em causa os objectivos da lei", diz a Deco Proteste numa nota de imprensa.

Num texto publicado na sua página da internet, a publicação da associação de defesa do consumidor diz ter visitado 112 postos de abastecimento, no dia antes e no dia depois da entrada em vigor da lei, para ver por quanto e em que condições estão a ser vendidos os combustíveis simples.

Concluiu que, relativamente aos preços, existe "de tudo um pouco", assim como a confusão nos postos de abastecimento.

"Nalguns casos não se consegue identificar o combustível simples na altura do abastecimento", referiu a Proteste.

Na investigação feita hoje e na quarta-feira nas bombas de abastecimento, a Deco Proteste recolheu mais de 900 preços de gasolina 95 e gasóleo e concluiu que as diferenças de preços dos combustíveis simples são mínimas (entre 0 e 3 cêntimos) face aos combustíveis normais.

Segundo os cálculos feitos pela Proteste, quem gastar um depósito de combustível por mês, conseguirá uma poupança de 10 euros por ano.

Os postos de abastecimento passaram hoje a vender combustíveis simples, gasóleo e gasolina sem aditivos, cumprindo a lei nº. 6/2015, aprovada por unanimidade no Parlamento e contestada pelas petrolíferas.

As quatro petrolíferas seguiram uma estratégia diferente na aplicação da lei que obriga todos os postos de combustível do território continental a disponibilizar combustíveis simples.

A Galp vai substituir a sua gama de combustíveis ‘premium’ – aditivados e mais caros – pelos combustíveis simples, a BP, a Cepsa e a Repsol vão disponibilizar exclusivamente os seus produtos ‘premium’, complementando a oferta com os produtos simples.

Aquando da discussão da proposta legislativa, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) alertou para o facto da redução de preços não vir a ser a pretendida pelo Governo, dada a impossibilidade de as petrolíferas praticarem preços próximos dos postos das grandes superfícies, uma vez que são modelos de negócio diferentes, com níveis de serviço distintos.

Lusa/SOL