TAP: SPAC critica pilotos que não estão a fazer greve

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou os colegas da TAP e da PGA que não estão a fazer greve de “desrespeito” e de prejudicar “gravemente” a classe.

Num comunicado interno de 3 de Maio, a que o SOL teve acesso, a direcção do SPAC critica “um conjunto restrito de pilotos que, violando escandalosamente o Acordo de Empresa, voando segundo o decreto-lei, tenta camuflar a eminente ruptura das operações de voo do grupo”.

Na óptica do sindicato, essa postura poderá revelar a quem ficar com a companhia após a privatização, que “é possível” realizar parcialmente a operação com “um número de pilotos reduzido”, ou seja, “tornando o Acordo de Empresa (AE) dispensável e prejudicando gravemente todos nós, incluindo aqueles que agora a ele renunciam”.

Apesar do alerta do sindicato, que marcou a greve para reivindicar o cumprimento do AE e uma posição de até 20% da companhia, o caderno de encargos da privatização – resultante de um acordo que o SPAC assinou com a companhia e com o Governo e que agora parece pôr em causa – impede que haja despedimentos colectivos na empresa e obriga à vigência dos AE por mais 36 meses do que o previsto.

Ainda assim, continua a nota do SPAC “a postura de alguns hoje é, no fundo, um desrespeito pelo esforço e sacrifício pessoal de tantos no passado”. 

“É chegado o momento de todos nos capacitarmos desse facto e perceber que hoje, mais do que a viabilidade da empresa, é o nosso regime de prestação de trabalho que está em causa”, ressalva a direcção do sindicato.

Apelando à mobilização – e mesmo apesar de no mesmo comunicado indicar que a adesão à paralisação “é expressiva” – o SPAC termina dizendo que “se amanhã permitirmos que esse grupo [de pilotos que não está a fazer greve] aumente é o nosso futuro que está em causa” e que se os pilotos nada fizerem serão “todos esmagados, sem excepção”.

ana.serafim@sol.pt