Norte-americanos em força no imobiliário

Depois dos chineses, os norte-americanos estão a aparecer agora como os principais investidores no mercado imobiliário português. Mas no que difere o investimento chinês do americano? Os asiáticos procuram essencialmente casas de gama média-alta e edifícios para reabilitar no âmbito dos vistos gold. Já os norte-americanos compram activos imobiliários de grande dimensão, sobretudo no segmentos…

Esta semana, o fundo de investimento norte-americano Lone Star comprou quatro centros comerciais à espanhola Chamartín: os Dolce Vita Porto, Coimbra, Douro (Vila Real) e o Monumental em Lisboa. A Lone Star é a detentora da sociedade LSREF3 Octopus Investments, que era a principal credora dos centros comerciais. De acordo com o Público, o valor do negócio será de 500 milhões de euros.

O grupo norte-americano não é desconhecido em Portugal. Tinha comprado em Abril o Vilamoura, um dos mais emblemáticos resorts do Algarve. A operação surgiu com o desinvestimento do Catalunya Banc, com o objectivo de se focar na banca de retalho.

E estes não foram os únicos activos a merecerem a atenção de investidores norte-americanos. Também o Blackstone – fundo de investimento fundado em 1985 por Peter G. Peterson e Stephen A. Schwarzman, com sede em Nova Iorque – comprou um portefólio ibérico de três centros comerciais, entre os quais o Almada Fórum e o Fórum Montijo, num negócio que a Real Capital Analytics estima em mais de 370 milhões de euros.

Sede da EDP vendida

Ainda de acordo com a consultora imobiliária Worx, o Blackstone investiu também no sector industrial e de logística em Portugal, com a compra de um portefólio logístico do Banif e do Alverca Park da Imofundos.

E no ano passado há a registar os 55 milhões de euros que a empresa norte-americana Global Asset Capital pagou pela sede da EDP no Marquês de Pombal, em Lisboa, além de dois edifícios na Rua Camilo Castelo Branco, que perfazem 24 mil m2 de área – um dos maiores negócios do ano.

Também em 2014 o fundo Blackstone pagou 200 milhões de euros à ESAF – um fundo do grupo Espírito Santo – por um conjunto de armazéns na Azambuja que estão actualmente arrendados à Sonae, e por cinco lojas que estão arrendadas a hipermercados Continente. É o caso dos de Loures e de Leiria.

Mais investimento

Só no primeiro semestre deste ano, os capitais norte-americanos, de acordo com o último relatório da Cushman & Wakefield, foram os que mais investiram em Portugal – representando mais de 400 milhões de euros de investimento estrangeiro, o que também representa um novo máximo histórico para o investimento no sector imobiliário português por parte de investidores dos Estados Unidos. Em 2014 o investimento norte-americano tinha sido de 350 milhões de euros.

Nos primeiros seis meses do ano, Espanha aparece no segundo lugar dos investimentos. Seguiram-se os investidores de origem tailandesa, quase todos representados pelos investimentos feitos pelo grupo Minor International, que no primeiro trimestre do ano comprou um portefólio de quatro hotéis Tivoli à Gespatrimonio Rendimento, por um valor perto dos 120 milhões de euros.

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