Desemprego é ‘desafio mais imediato’ de ‘novo ciclo económico’

A ministra das Finanças diz que Portugal está perante um “novo ciclo económico” em que “o desafio mais imediato” é “o combate ao desemprego”, algo que o PS não conseguirá fazer por insistir numa receita que no passado falhou.

"O modelo que a oposição, em particular o Partido Socialista, propõe para a criação de emprego é um modelo que no passado já provou que não funciona e não há nenhuma razão para que funcione no futuro porque, de facto, quando se aposta apenas no mercado interno para tentar com isso estimular o crescimento, o resultado é fatalmente um aumento de endividamento e teremos novamente uma crise. Não é assim que se resolve o problema do emprego", disse Maria Luís Albuquerque.

Segundo a ministra, o problema resolve-se "promovendo o crescimento com uma economia aberta e promovendo a partir da sustentabilidade da presença nesse mercado externo, que alimenta uma criação de emprego sustentável e sustentada".

Vincando que "só assegurando um crescimento sustentado" o país terá "uma criação duradoira de emprego", referiu que "o desemprego não diminui por decreto nem por promessas vagas nem sequer por projeções".

Maria Luís Albuquerque falava na quinta-feira à noite na Calheta, ilha de São Jorge, onde participou na abertura da Universidade de Verão do PSD/Açores.

A ministra afirmou que Portugal conseguiu, "recentemente, virar a página de um dos mais difíceis períodos" da sua democracia e que "a poucas semanas das eleições legislativas" está "claramente perante uma mudança de ciclo".

"O novo ciclo político coincide também com um novo ciclo económico", afirmou, sublinhando que "todos os dias são divulgados novos indicadores económicos que comprovam a recuperação ampla da economia nacional".

No entanto, acrescentou, apesar de "o pior" já ter passado, o país deve ter presente "os desafios que ainda se colocam e atacá-los de frente".

"O desafio mais imediato é o combate ao desemprego, um drama que atingiu demasiadas famílias e é sem dúvida o maior custo do processo de ajustamento para Portugal e para os portugueses", afirmou, dizendo que se a coligação PSD/CDS ganhar as eleições e voltar a governar o país, continuará a haver uma aposta nas "políticas ativas de emprego" e, "mais importante ainda", os dois partidos continuarão "a reformar a economia", "a melhorar o ambiente de negócios" e "a construir um Portugal mais atrativo para investir, para trabalhar e para visitar".

Maria Luís Albuquerque lamentou, por outro lado, que "as vozes da oposição" pareçam "alheadas", sublinhando que se Portugal "voltasse à indisciplina orçamental", "na melhor das hipóteses", teria "uma breve ilusão de crescimento" e voltaria "a acordar numa realidade ainda mais dura do que a de 2011".

"Acredito, no entanto, que nem essa ilusão breve nos seria permitida. Os mercados estão vigilantes e já nos mostraram como podem de um dia para o outro negar o financiamento de que Portugal precisa para continuar a crescer. (…) O pior já passou, mas a fatura dos erros passados é ainda pesada e exige consistência na ação e determinação nos objetivos. Este é o sentido de responsabilidade que os portugueses merecem e esperam dos seus líderes", afirmou.

Lusa/SOL