A democracia portuguesa está de luto: chega de mentiras socialistas-comunistas!

1.É inevitável: nos últimos dias, vários concidadãos, pelas ruas de Lisboa, nos questionaram sobre a relevância efetiva do voto. Dirigiram-se às urnas para votarem numa força política, essa força política venceu o ato eleitoral – contudo, foi apeada do poder. Muitos acrescentaram, ainda, que votaram em Passos Coelho e em Paulo Portas para votarem contra…

2.Perante este cenário, muitos portugueses questionam-se sobre a utilidade de se dirigirem às urnas em próximos atos eleitorais. Bem nos esforçámos para explicar o funcionamento do sistema político português, que não é carne, nem peixe – leia-se, que não é parlamentarista, mas que também não é presidencialista; que votaram na composição da Assembleia da República, e não no primeiro-ministro – mas os portugueses não querem saber das minudências politológicas ou de teses de Ciência Política e Direito Constitucional. Formaram o seu voto atendendo às personalidades dos candidatos a primeiro-ministro. E para a maioria dos portugueses, a opção resumia-se a PSD ou PS.

3.Ver, pois, o derrotado António Costa – agora percebemos porque apeou António José Seguro do poder por ter obtido uma vitória “poucochinha”: o essencial para usurpar o poder, segundo Costa, é ter uma derrota “granducha” – a ser empossado primeiro-ministro é uma afronta para a maioria dos eleitores portugueses. Nem se diga que o PS, com BE e PCP juntos, têm a maioria dos votos: tal maioria é apenas aritmética. Não é uma maioria política. Desde logo, porque durante a campanha eleitoral, Jerónimo de Sousa afirmou, preto no branco, que PS e PSD são farinha do mesmo saco. O Jornal Avante escreveu, em editorial, que PS também é inimigo dos trabalhadores. E Catarina Martins jurou que não iria fazer nenhum frete a António Costa: que o BE não era um partido muleta do PS!

 4.Como justificar que, depois dos portugueses votarem, estes três partidos se tenham tornado em amigos íntimos? Em amigos tão coloridos? Afinal, os comunistas e os trotskistas do Bloco de Esquerda são tão (ou mais) mentirosos que os partidos “burgueses”! Os comunistas falam, falam, falam… mas são muito piores que os burgueses, os “mencheviques”: para os comunistas, vale tudo para chegar ao poder. A mentira é algo normal, banal e até salutar se visar o fim da conquista absoluta de poder. Já Lenine o afirmava – e os comunistas portugueses recusavam-se a negar os ditadores Lenine e Estaline.

5.E a única verdade é que o PCP está, nas costas dos portugueses, a preparar uma outra mentira. Diz-se, informação que tem sido reforçada nos últimos dias, que o candidato Edgar Silva foi escolhido já com o objetivo de desistir antes do dia 24 de janeiro, a favor do candidato apoiado oficialmente pelo MRPP Sampaio da Nóvoa. Edgar e Sampaio da Nóvoa, segundo o que apurámos, têm mantido um contacto regular, acertado agendas – e Jerónimo de Sousa encara com entusiasmo o apoio dos comunistas a Nóvoa. Seria uma originalidade: a extrema-esquerda – note-se que o primeiro apoio oficial de Sampaio da Nóvoa é o MRPP, onde se inclui o extremo-PS de António Costa e os “jovens gregos” (e não turcos) onde pontificam Pedro Nuno Santos e Galamba, bem como o diretor de campanha de Sampaio da Nóvoa – estaria toda junta no apoio a um mesmo candidato.

6.Parece que Jerónimo de Sousa condiciona apenas a desistência de Edgar Silva e o apoio ao candidato do MRPP à adesão do BE ao mesmo candidato. Se Catarina decidir juntar-se à candidatura apoiada oficialmente pelo MRPP, Jerónimo alinha. Mais uma vez, quem perde com tudo isto? A democracia portuguesa.

7.Entendamo-nos de uma vez por todas: os comunistas, o extremo-PS de Costa e os trotskistas podem apoiar quem bem entenderem. Não podem é mentir descaradamente aos portugueses, de acordo com as suas conveniências pessoais: na campanha, são todos inimigos; depois, tornam-se todos muito amiguinhos para distribuir lugares e benesses. Isto é o pior dos partidos burgueses – afinal, comunistas e bloquistas são tão mentirosos como os outros e têm os mesmos vícios que os outros partidos! Como escreveu aqui, no SOL, José António Saraiva: caiu a máscara dos partidos de esquerda!

8.Portanto, senhor Jerónimo de Sousa, senhora Catarina Martins: digam-nos lá afinal qual é o candidato que apoiam? Não… não… agora, respondam de forma honesta: estão a preparar a “caminha” para Sampaio da Nóvoa – vão os quatro juntos (MRPP, PCP, BE e extremo-PS)? Tudo bem, podem responder com sinceridade…

9.Nós, portugueses, estamos é fartos de ser enganados! Já bastou o embuste das legislativas: agora, exigimos conhecer a agenda verdadeira da extrema-esquerda e do extremo-PS! Basta de mentiras e de joguinhos nos bastidores! A democracia está de luto…E, já agora, expliquem aos portugueses, afinal, para que serve o voto, na conceção dos partidos (dizem eles!) do proletariado….

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