Um pequeno detalhe no OE

O Orçamento do Estado (OE) para o ano de 2016 foi apresentado pelo governo. Sendo um documento muito extenso, está agora a ser analisado, parágrafo a parágrafo e quadro a quadro. 

A oposição faz o seu papel de se opor, muitas vezes com demagogia da mais irresponsável à mistura (estou a ouvir a reação do representante do PSD, e o que ele diz é arrepiante, só com uns laivos de verdade pelo meio). Disse uma vez Pacheco Pereira que há três tipos de mentiras: as mentiras puras e simples, as omissões, e as meias-verdades. Este último tipo é abundante no parlamento

O documento, já disse, é muito extenso. E há um dado para o qual só ouvi uma pessoa, o ministro das Finanças, pronunciar-se: a capacidade/necessidade de financiamento da economia portuguesa, isto é, em que medida a economia portuguesa, no seu conjunto (Estado, famílias e empresas) precisa de dinheiro do exterior ou, pelo contrário, consegue financiar o exterior.

Nos últimos anos, a economia portuguesa tem demonstrado capacidade de financiar o exterior, ou seja, temos gradualmente pago as nossas dívidas. E a previsão do OE é que em 2016 este superavit aumente, mesmo ligeiramente: 0,2% do PIB. Este valor podia ser mais ambicioso, mas mantém-se no bom caminho. E reduzir o endividamento externo de Portugal, na minha opinião, é um “pequeno detalhe” muito importante.