Marcelo deverá falar sobre polémica à volta dos colégios privados

Nunca se viram tantos políticos na escola como nos últimos tempos. A direita anda pelas escolas privadas que têm contratos de associação com o Estado, a esquerda visita as escolas públicas próximas desses colégios. Catarina Martins esteve ontem numa escola pública em Coimbra para perceber porque “é preciso haver um colégio ao lado da escola…

A porta-voz do BE encontra em Coimbra “um bom exemplo” de que “defender a escola pública é também acabar com as rendas do Estado a colégios privados que são redundantes, não servem a rede pública, mas apenas para fazer negócio para uns poucos à conta do dinheiro que é de todos”. O Bloco, esclareceu Catarina Martins, defende que “o ensino particular tem o seu lugar e as pessoas podem optar por ele. Devem é pagá-lo  quando optam por ele”.

Na sua página do Facebook, a deputada bloquista explicou que a escola que visitou – a EB 2 3 de Taveiro – tem “capacidade para receber o dobro das turmas que tem. Ao lado, um colégio privado, construído já depois da oferta pública, recebe mais de um milhão de euros para acolher os alunos que faltam na escola pública”.

A bloquista garante ainda que “o colégio de São Martinho foi construído por ex-responsáveis da Direção Regional de Educação do Centro que viram nos contratos de associação uma oportunidade de negócio. Isto tem um nome: rentismo. É mais do que tempo de pôr cobro ao abuso”.

Marcelo em inauguração  O Presidente da República, que inaugura esta tarde as novas instalações da Rádio Renascença, deverá pronunciar-se hoje sobre esta polémica. Marcelo Rebelo de Sousa garantiu esta semana que iria pronunciar-se, mas só depois da habitual reunião semanal com o primeiro-ministro, António Costa,que aconteceu ontem ao final da tarde. Marcelo não deixou, porém, de dizer que tem dificuldade em perceber “afrontamentos que existem no domínio da Educação entre sectores variados quando “a causa a prosseguir é a mesma”.

O Presidente do Conselho Nacional de Educação reuniu-se, antes do primeiro-ministro, com o chefe de Estado. À saída de Belém, David Justino defendeu que “está muito claro que há margem para melhoria deste tipo de relação” entre o Estado e os colégios privados. O ex-ministro diz, no entanto, que o CNE não tem “uma resposta imediata para um problema concreto, colocado atualmente pela conjuntura”.