Governo assume corte de 2500 trabalhadores na Caixa até 2019

Secretário de Estado do Tesouro diz que essa redução irá passar por reformas ou reformas antecipadas, “sempre por acordo entre a CGD e o trabalhador”.

O governo já assumiu o corte de 2500 trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) até 2019. A informação foi avançada pelo secretário de Estado do Tesouro, Ricardo Mourinho Félix num encontro com o sindicato de trabalhadores da CGD. No entanto, essa avaliação vai ser feita pela nova administração, cuja entrada ainda está a aguardar luz verde por parte de Bruxelas, mas que o governo acredita que "estaria para breve".

Ricardo Mourinho Félix disse ainda que essa redução irá passar por reformas ou reformas antecipadas, "sempre por acordo entre a CGD e o trabalhador", afastando assim um cenário de despedimentos.

Aliás, esta é um dos critérios presentes no plano de reestruturação para a CGD, que de acordo com Mourinho Féliz, já foi aprovado e implica uma ideia-chave: manter o atual nível de intervenção no mercado, com menos balcões e menos trabalhadores, mas com uma nova organização e um mais eficaz método de trabalho". salientou neste encontro.

Já em relação à redução de balcões irá ocorrer maioritariamente no estrangeiro, "onde os interesses da CGD e dos seus clientes passariam a ser assegurados por um banco local através de acordo preferencial. No entanto, a nível dos Palop, o plano aposta num crescimento sustentável", revelou o secretário de Estado durante esse encontro.

Na reunião, não houve novidades sobre a injeção de capital. Apesar dos últimos números apontarem para uma necessidade de cinco mil milhões de euros, mais mil milhões do que se falava inicialmente.

"O governo assume, sem reservas, uma CGD de capital totalmente público, com uma dimensão nunca inferior à actual, em termos de quota de mercado, mas que permita apoiar mais as empresas, nomeadamente as PME, de uma forma mais próxima, e continuar a ser para a população o fiel depositário das suas poupanças e o seu banco de referência", adianta ainda o sindicato. Uma declaração que vai ao encontro que que foi garantido pelo primeiro-ministro no debate quinzenal focado na CGD.

Recorde-se que, a ccomissão de inquérito à CGD – potestativa, pedida por deputados de PSD e CDS-PP – toma posse na terça-feira no parlamento. Uma questão que, mais uma vez, mereceu a atenção do Executivo. "O governo está também bastante preocupado com o desgaste da imagem da CGD, nomeadamente com o que se vier a passar na Comissão Parlamentar de Inquérito, salientou o sindicato.