GalpGate: “Secretários de Estado continuam em funções porque têm a confiança dos ministros e do PM”

Garantia de Pedro Nuno Santos

Os três secretários de Estado que foram assistir aos jogos de Portugal no Europeu de futebol , em que as viagens foram pagas pela Galp, “continuam em funções porque têm a confiança dos ministros e do Primeiro-ministro”. A garantia foi dada Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares quando questionado pelos deputados de direita sobre as consequências destas viagens.

O governante lembra que os três secretários assumiram as responsabilidades e que assumiram as despesas inerentes em relação a esta deslocação.

Recorde-se que, esta situação ocorreu com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, os secretários de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira. Na altura, o governo garantiu que os três iriam devolver o montante equivalente aos gastos das viagens à gasolineira, uma ação considerada suficiente para colocar ponto final neste assunto. Na altura, Santos Silva anunciou a elaboração de um código de conduta que foi aprovado esta quinta-feira, em Conselho de Ministros.

Aliás, esse código de conduta foi relembrado por Pedro Nuno Santos ao afirmar que “pela primeira vez um governo aprovou um código de conduta e que no programa do governo já estava desenhado esse código”, acrescentando ainda que, “vem dar transparência aos membros do governo e tornar clara as zonas de fronteira”.

Para Telmo Correia este é um “caso político” e questiona se “pode ou deve um membro do Governo com tutela direta sobre uma das maiores empresas do país viajar a convite dessa empresa, quando a empresa tem um contencioso superior a 100 milhões de euros com o Estado”. Mas o deputado do CDS dá a resposta: “não pode nem deve”.

O deputado diz mesmo que o governo é “fraco e cúmplice com os poderosos e é fraco com os contribuintes”, lembrando o anúncio que foi feito em relação às alterações de tributação do IMI.

Já para António Leitão Amaro, o caso das viagens a França pagas pela Galp é um caso “grave e preocupante” que exige um “esclarecimento cabal”.  

“Há aqui um padrão de promiscuidade que mancha este governo das esquerdas”, disse o deputado do PSD e, dá como exemplo, a situação do amigo pessoal de António Costa, Lacerda Machado, no processo de privatização da TAP. “O governo não põe o interesse geral acima do seu e de todos os interesses particulares”, acusou.

Do lado do BE há uma condenação em relação a “qualquer tipo de comportamento que ponha em causa a própria defesa do cargo politico”, acrescentando ainda que “o que aconteceu com os três secretários de Estado foi lamentável e o mesmo aconteceu com o deputado do PSD que também foi nessa viagem,”.

Mas lembra que este não é um caso isolado e dá como exemplo a atividade do ex-vice-primeiro-ministro que já mudou várias vezes de empresa, a ex-ministra das finanças que faz trabalhos de consultoria para um banco. E acrescenta: “o código de conduta já chega tarde”.