Hotéis. Setor prevê bater novos recordes em 2017

Hoteleiros esperam melhorar taxa de ocupação e preço médio por quarto vendido.  

O setor hoteleiro está otimista em relação às perspetivas do próximo ano. De acordo com o inquérito realizado pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), mais de 90% dos inquiridos prevê um aumento da receita total e receita de alojamento. E essa convicção abrange também os hoteleiros da Madeira e dos Açores. 

Aliás, no que diz respeito à taxa de ocupação, os Açores e o centro surgem mesmo como os mais otimistas. Quanto aos melhores meses a opinião é unânime: continuarão a ser agosto, setembro e julho e os piores serão janeiro, fevereiro e dezembro. “Os hoteleiros estão especialmente expectantes em relação à evolução dos mercados francês, espanhol e português e os principais mercados para a sua unidade hoteleira continuam a ser Portugal (19%), Espanha (16%) e França (15%)”, diz a associação.

Balanço positivo deste ano

O setor faz um balanço positivo de 2016. Cerca de 80% dos inquiridos consideram que irão fechar o ano com uma melhor taxa de ocupação face a 2015 e 85% afirmam esperar melhor preço médio por quarto vendido.  Recorde-se que em 2015 a hotelaria nacional registou uma taxa de ocupação de 65,23%, mais 2,52 p.p. face a 2014 e quase foi alcançado o valor histórico de referência 2007, ou seja, 67%.

“Entre janeiro e setembro temos assistido a um crescimento sustentado de todos os indicadores da operação dos hotéis, pelo que o que se projeta é que o ano de 2016 se revele efetivamente o melhor ano desde que há registos do Hotel Monitor, em termos de operação (e não de resultados). Este será o ano em que finalmente se ultrapassam os valores da taxa de ocupação de 2007”, diz Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP. 

As regiões mais otimistas em relação à taxa de ocupação são os Açores, Madeira e Algarve. No que respeita ao preço médio por quarto vendido destacam-se a Madeira (com 100% de respostas positivas), seguida do Norte e Centro. 

Os hoteleiros indicam também que os melhores meses de 2016 foram setembro, agosto e julho, dados idênticos aos dos inquéritos realizados nos últimos dois anos. Nos piores três meses destacam-se janeiro, fevereiro, março e dezembro.

Quando questionados sobre os principais mercados da sua unidade hoteleira, os hoteleiros indicam em primeiro lugar Portugal (para 19% dos inquiridos), Espanha (para 16%) e França (para 15%).

Em termos de evolução, os hoteleiros indicam que França registou uma melhoria da performance, seguida do mercado interno e Espanha.

No que respeita a segmentos, o “touring/cultural” e os “city breaks” destacaram-se em 2016, seguindo-se o “sol e mar” e o “MICE”.

Os segmentos com pior performance continuam a ser o “turismo religioso” e o “golfe” (18%), ambos com fortes quebras face a 2015.

De acordo com o inquérito realizado pela AHP, a maioria dos hoteleiros prevê uma melhor taxa de ocupação, melhor RevPar e melhor preço médio por quarto ocupado para o período de Natal e passagem de ano.

As regiões Centro, Açores, Alentejo e Lisboa são as regiões que preveem uma melhor taxa de ocupação quarto mas as previsões de melhor preço médio por quarto ocupado são da Madeira, Norte e Lisboa.

Portugal mantém-se como principal mercado na taxa de ocupação (para 29% dos inquiridos), seguido de Espanha e França.

 Acertos na Web Summit

Apesar do balanço positivo da Web Summit, o setor hoteleiro irá fazer acertos na próxima edição depois das taxas de ocupação terem ficado “um pouco aquém” das expectativas na edição deste ano que decorreu entre 6 a 9 de novembro.  De acordo com os dados da (AHP), este evento internacional de tecnologia e empreendedorismo fez subir oito pontos percentuais a taxa de ocupação na capital, na comparação com quatro dias de 2015 (de domingo a quarta-feira). Mas ainda assim, a expectativa de ocupação de 85% não foi atingida.

Em Lisboa, a taxa de ocupação foi de 79%, enquanto em 2015 tinha sido de 71%. O preço médio de quarto ocupado foi de 130 euros, mais 45 euros que no ano passado, enquanto a expectativa era de pouco mais de 160 euros. A AHP não deixa, porém, de considerar positivo o impacto da conferência para a capital, prevendo-se agora que os responsáveis da hotelaria “revejam um bocadinho em baixa a previsão orçamental” e façam um “ligeiro acerto e uma compensação com outros eventos”, como congressos médicos, salientou Cristina Siza Vieira.

“Ainda assim é uma aposta ganha”, considerou a responsável, enumerando que entre as principais nacionalidades hospedadas nestes dias a surpresa foram os norte-americanos, num top que inclui Reino Unido, França, Portugal, Alemanha e Espanha.