One hit wonders ou celebridades de pleno direito?

Mas a verdade é que o mundo das celebridades tem vindo a mudar nos últimos anos. 

Desde que trabalho em comunicação, conteúdos e publicidade que todos à minha volta têm uma enorme curiosidade em saber como são as nossas celebridades. Seja simples cusquice, vontade de saber se a ou b é mesmo tão magra quanto parece, são muitas as perguntas que surgem.

E é perfeitamente normal… eu própria já tive um ou dois tremeliques quando conheci um ou outro herói em particular (sim, estou a falar do Cristiano Ronaldo…). 

Mas a verdade é que o mundo das celebridades tem vindo a mudar nos últimos anos. E com esta mudança a relação entre marcas e endorsers também se tem vindo a alterar.

Os princípios fundamentais mantêm-se: alguém com notoriedade que encarne os valores e missão da marca e que consiga credibilizar e conquistar clientes. Mas hoje novos layers se juntam a esta escolha. 

Quanto maior for a comunidade de seguidores destas estrelas nas redes sociais, maior a probabilidade de virem a ser contratados. E logo aqui percebemos que nem sempre estamos a falar das Beyoncés da vida.

Às grandes estrelas com muita exposição e com grandes contratos junta-se agora uma nova geração de digital influencers – bloggers, instagrammers, youtubers – que do nada atingem estatuto de estrelato. 
Do nada não, porque a comunidade que os segue é impressionante.

Mas qual o seu talento? São atores, desportistas, cantores? Muitas vezes não são nada disto; são pessoas comuns que registam o seu dia-a-dia e que pelo seu estilo, humor, special skill, ou outra qualquer característica, geram um interesse gigante na comunidade que os segue.
Quem diria há uns anos que uma blogger seria capa da Vogue? Isso aconteceu primeiramente com Chiara Ferragni, a blogger milionária The Blonde Salad que é hoje em dia já uma marca internacional. Uma miúda gira italiana que mostrou os seus looks, a sua vida, o seu estilo de vida e hoje é case study em Harvard. 
A ela juntam-se muitas outras que emergem e que são hoje caras de marcas tão poderosas como L’oreal, Dior, Louis Vuitton, entre outras. 

Muito se escreveu já em torno da carreira de modelo de Kendal Jenner: top model por direito ou um produto do sucesso Kardashian? Certo é que uma partilha dela no Instagram vale mais para algumas marcas que muitas campanhas.
Mas este fenómeno não acontece apenas na moda e na beleza. Desde o mundo do desporto, fitness, gaming, arte, decoração, esta é uma tendência transversal. 
E a juntar a isto temos ainda uma nova categoria que emerge e que tem açambarcado tudo o que é grande campanha: os filhos das celebridades. 
Já não bastava terem uma vida de luxo graças aos paizinhos, agora são eles próprios detentores de associações a grandes marcas. É certo que têm os genes, são bonitos e conhecidos, mas ainda nada fizeram para serem considerados celebridades. No entanto o simples facto de serem filhos de quem são e de querermos ‘espionar’ as famílias dos famosos garantem-lhes um poder extraordinário.

Lily Rose Depp (filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis), é hoje musa e cara da Chanel. Iris Law (filha de Jude Law e de Sadie Frost) foi recentemente anunciada cara da Burberry Beauty, Frances Cobain (filha de Kurt Cobain e Courtney Love) é a nova cara da Marc Jacobs e Jaden Smith (filho de Jada Pinket Smith e Will Smith) foi o ano passado cara da Louis Vuitton. E estes são apenas alguns exemplos.
Imaginem quando o clã Jolie-Pitt crescer e começar a dar cartas.
Por isso hoje, sabemos que quando uma marca procura um endorser há todo um mundo novo de possibilidades para escolher e levar a sua voz mais longe do que a tradicional campanha de media com uma cara famosa. 
É neste paradigma que nos movemos e é com estes critérios que as marcas devem agora arriscar. 
Não ser arrojado pode ser um preço muito alto a pagar na vitalidade e modernidade de uma marca.
Agora há coisas que nunca mudam e não é qualquer um que nos causa tremeliques… afinal de contas, Cristiano Ronaldo há só um.