“O CDS fez aquilo que disse que ia fazer”, diz Cristas

Assunção Cristas foi a Belém explicar a Marcelo por que motivo o CDS acredita estar em causa o regular funcionamento do Parlamento. 

“O CDS fez aquilo que disse que ia fazer”, diz Cristas

A audiência, feita a pedido da líder centrista, demorou cerca de uma  hora e, no fim, Cristas não quis revelar que reação teve Marcelo Rebelo de Sousa às denúncias que foi fazer. Mas foi clara nas declarações aos jornalistas na forma como entende que a oposição está a ser prejudicada por “uma atitude inadmissível e ilegal das esquerdas unidas”.

“Não me compete estar a referir quais são as palavras do Presidente”, disse Assunção Cristas à saída do encontro com Marcelo, limitando-se a afirmar que “o que o CDS fez foi aquilo que o CDS disse que iria fazer”. Ou seja, foi “denunciar” aquilo que para os centristas tem sido o “bloqueio” das esquerdas aos direitos da oposição e no qual a direita tem apontado o dedo ao que Marques Guedes disse já ser a “conivência ativa” de Ferro Rodrigues.

“A nossa intenção é apenas e tão só dar a conhecer ao senhor Presidente da República o que se passa na Assembleia da República e dizê-lo de viva voz”, vincou, adiantando ter apontado a Marcelo “em concreto” onde é que o CDS sentiu “o bloqueio dos direitos da oposição”, nomeadamente na comissão de inquérito à CGD.

Assunção Cristas sublinha que o que está em causa “não são só direitos, são também deveres”, uma vez que o CDS está no Parlamento em representação dos seus eleitores e o partido entende que a forma como PS, BE e PCP se têm comportado está a impedir esse papel no “ escrutínio da verdade”.

Tendo por base o que se passou na comissão de inquérito à CGD onde a esquerda rejeitou seis requerimentos, impedindo audições, perguntas e pedidos de acesso a documentos feitos por PSD e CDS, Cristas diz que foi a Belém sublinhar a sua “preocupação quando o exercício destes direitos e deveres não é possível executar em virtude da atuação das esquerdas”.

Cristas diz agora esperar que a nova comissão de inquérito – cujo requerimento deu entrada esta sexta-feira – possa ajudar a compreender o que se passou na CGD, uma vez que “o trabalho do CDS foi bloqueado na anterior comissão”.

Sobre o facto de Marcelo ter almoçado com Ferro Rodrigues escassos minutos antes de começar a audiência, Cristas não quis fazer comentários.

“Não me compete estar a comentar aquilo que são as opções de agenda do senhor Presidente da República”, limitou-se a declarar, num momento em que está cada vez mais acesa a guerra entre a direita e o presidente da Assembleia da Republica, com acusações cada vez mais duras contra o que PSD e CDS entendem ser a “imparcialidade” de Ferro Rodrigues.