Divagando…

A semana começou em grande a nível nacional!

Comentários em profusão sobre a venda do Novo Banco (talvez ‘oferta’ dado que o Estado nada recebe de imediato), intercalados com comentários sapientes sobre a agressão a um árbitro num jogo dos regionais do Porto (eram 42 agressões registadas esta época, passou a 43!). 

Escrever sobre o que tantos já escreveram, recuso-me! Mas ouvi dirigente do PCP dizer algo diferente e que merece a pena referir: vamos lá levar ao Parlamento uma proposta de nacionalização do Novo Banco. Gosto de gente coerente! «Ousar lutar, ousar vencer», como no PREC. Apoios, precisam-se, em defesa do Estado omnipresente. 

Até Ricardo Salgado se lembrou de aparecer a defender a sua razão, referindo o enorme erro da intervenção do Banco de Portugal mas olvidando tudo que a precedeu (e abundamente justificou). Inclusive, veio ainda apontar o dedo ao comprador pelo desconhecimento do mercado financeiro português apesar deste investidor estar há uns tempos em Portugal (em Vilamoura).

Em Portugal, todos têm palco! Justos e injustos, acusadores e acusados, agressores e agredidos. Tudo se debate, com o calor ideológico por detrás, defende-se o indefensável com a mesma cara com que se diz o contrário. Depois, admiram-se que o povo não tenha consideração por políticos ou comentaristas. As audiências e os votos tudo justificam!

Vamos a ver se no meio deste folclore, o projeto de nacionalização ainda passa. Não acredito mas nada me admira. Ainda me falta ouvir sobre este tema Carlos César a debitar sentenças e dizendo o que Costa não pode dizer mas como Galamba já apoiou o Governo nesta decisão, acho que estamos safos!

Sobre o futebol, parece que em Canelas há um clube de futebol ou pelo menos registado como tal. Este ano foi ganhando a maioria dos jogos por falta de comparência (3-0) e atingiu a fase final. Dizem que as outras equipas se recusavam a jogar contra eles. Alegavam violência. Devem ser calúnias de jornais porque a Associação de Futebol do Porto liderada por Lourenço Pinto (ex-dirigente do FCP) nada fez. Diz-se que não havia queixas formais dos outros clubes o que inibia a AFP de actuar. Seja como dizem. O facto de o assunto ser público nunca motivou qualquer acusação, essa a realidade. Agora houve uma agressão de um jogador a um árbitro? Tudo vocifera? Casa arrombada, trancas à porta? Cá para mim, o azar do clube (e do jogador) foi tudo ser filmado. Mas como se calhar o filme não foi autorizado previamente (tipo escutas não autorizadas!) a probabilidade de ficar tudo em águas de bacalhau é grande! Se calhar uma boa bacalhauzada ajuda mesmo a fazer as pazes, o árbitro retira qualquer queixa, o jogador faz um mea-culpa e vai a Fátima ver o Papa e o Canelas? Sobe de divisão!

Perdoai-lhes Senhor, estamos num país que gosta deste folclore!

Manuel Boto, economista