Trabalho por turnos: direita ataca BE e PCP, PS não se compromete

Projetos-lei de BE e PCP sobre trabalho por turnos devem baixar à comissão sem votação. O PS espera pela consulta pública. PSD e CDS criticam que o tema seja discutido no Parlamento antes de ir à concertação social.

Clara Marques Mendes, do PSD, e António Carlos Monteiro, do CDS, não pouparam hoje críticas ao facto de BE e PCP terem optado por trazer hoje ao Parlamento dois projetos para mudar as regras do trabalho por turnos impondo-lhe limites.

Para sociais-democratas e centristas, a discussão não pode ser feita à margem da concertação social, pelo que não devia acontecer na Assembleia da República.

No PS, Vanda Guimarães não se comprometeu com uma solução para o regime de horários por turnos.

"Para o PS é evidente que o princípio deve ser o trabalho diurno, não enjeitando outras formas de organização de trabalho", afirmou a deputada socialista que entende que "a melhor forma de protegermos os trabalhadores e as trabalhadoras não é enquistarmos em ideias feitas ou predefinidas, mas estarmos abertos à discussão".

"É isso que iremos fazer nos 30 dias de consulta pública dos dois projetos", anunciou Vanda Guimarães.

BE e PCP asseguram que ouviram diversas estruturas sindicais na elaboração dos seus projetos e recordam que as propostas serão agora alvo de um trabalho conjunto em sede de comissão aonde deverão baixar sem votação.