Popular vai estar reunido hoje com BCE para discutir futuro do banco

A ideia é encontrar formas para aumentar solidez. CEO do banco já veio admitir “situação difícil”

O Banco Popular, o sexto maior de Espanha, vai reunir-se hoje com o Banco Central Europeu (BCE) para discutir as várias soluções que tem em cima da mesa para elevar a liquidez da instituição financeira. Um dos cenários poderá passar por pedir ao banco central que disponibilize financiamento adicional.

Recorde-se que os bancos podem pedir financiamento ao banco central mediante a apresentação de ativos que serão aceites como colateral. A partir daí, o BCE aplica um desconto sobre o preço desses ativos no mercado, incluindo o rating desses ativos.

A verdade é que a instituição financeira continua a viver dias instáveis. A esta altura já era expetável que fossem conhecidas as propostas de interesse de várias entidades para comprar a instituição financeira. O próximo dia 10 de junho é a data limite inicial de apresentação de propostas, mas até agora não se conhece nenhum interessado oficial. Ao que tudo indica apenas o Santander será o único interessado.

Ainda na semana passada, o Bankia anunciou que tinha desistido da corrida. Uma das razões que pesa na compra é o grande portefólio de ativos problemáticos no valor de 37 mil milhões de euros.

Banco reconhece situação

Emilio Saracho, CEO do banco Popular, já escreveu aos seus colaboradores a reconhecer a “situação difícil” da instituição financeira. O responsável começou por dizer que “as informações que têm sido publicadas afetam o trabalho e o ânimo” de todos os colaboradores do banco, mas “a nossa obrigação como profissionais passa por nos centrarmos no dia-a-dia e nos clientes”.

O responsável do Popular disse também que o banco “está solvente e tem um património líquido positivo”, embora admita que o “banco se encontre numa situação difícil”. Saracho adiantou também que está a trabalhar em diferentes alternativas “para cumprir os requisitos regulatórios impostos pelo BCE para o próximo ano”, que passam pela venda de ativos estratégicos e um operação de venda a outra entidade financeira, através de um provável aumento de capital.