Turismo em Lisboa representa “quase três vezes a Autoeuropa”

O turismo sustentável é uma das apostas de Medina, assim como a mobilidade

Fernando Medina acredita que é possível o turismo crescer ainda mais em Lisboa, mas, para isso, defende que é necessário que este setor se torne sustentável. Isto significa, no entender do autarca, dispersar os turistas por outras zonas da cidade. “Não podem estar todos na Baixa”, refere. 

Mas no entender do candidato à Câmara de Lisboa, o turismo não pode ser visto como um bode expiatório dos problemas da cidade, lembrando que este setor é um dos grandes motores de emprego na capital. “O turismo em Lisboa, em valor de vendas, corresponde a seis mil milhões de euros. Isto significa quatro vezes o setor do calçado do país e significa quase três vezes a Autoeuropa. E o alojamento local é muito importante para muitas famílias”, revela. 
O certo é que, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de ocupação hoteleira aumentou, em abril, na capital, assim como o preço médio por quarto. Esta subida é também acompanhada pelos números recorde de turistas que chegam pelo aeroporto da Portela e pelo porto de Lisboa. Já no acumulado de janeiro a abril registou-se igualmente a tendência de crescimento em todos os indicadores na cidade de Lisboa: mais 12,4% na ocupação de quartos, mais 59,9% no preço médio de quartos vendidos e mais 23,5% no preço médio por quarto disponível.

Outra prioridade

Outro enfoque da candidatura de Fernando Medina é a mobilidade: a “atual rede de transportes públicos é insustentável” em Lisboa. “O transporte público, em particular em Lisboa, é um dos grandes falhanços do nosso país em 40 anos de democracia e o problema da circulação resolve-se investindo nos transportes públicos”, salienta o autarca, apontando como soluções para este problema um aumento do investimento para melhorar a rede de transportes públicos e uma “via de transporte público na A5”.

O investimento, de acordo com o responsável, já está a ser negociado com o governo. E admite que está “numa boa posição para fazer essa negociação”.

A verdade é que esta ideia não é nova. Também o candidato do PS à Câmara de Oeiras, Joaquim Raposo, já veio defender a criação de um corredor bus na A5. “Queremos criar um corredor bus na A5 e fazer ligações entre diversos pontos do concelho de Oeiras e os concelhos limítrofes, e assim criar uma rede sustentável de transportes para as cidades e as pessoas”, salientou o candidato em entrevista ao i.

Ao mesmo tempo, Medina defende um acordo com a administração central para haver investimento no transporte pesado de passageiros. E dá como exemplo a Linha de Cascais, “que é das linhas que mais pessoas fazem entrar na cidade de Lisboa. É uma linha que tem perdido qualidade e passageiros e que urge recuperar”.