Energia com menos investimento

O investimento mundial no setor da energia caiu 12% em 2016. Pelo segundo ano consecutivo, a ausência de novos projetos petrolíferos e de gás provocada pelos baixos preços do barril de petróleo motivaram a diminuição.

No relatório anual sobre o investimento energético, a Agência Internacional de Energia (AIE) revela que o volume total de investimento foi de 1,7 biliões de dólares, o equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

O investimento destinado à descoberta e exploração de jazidas de petróleo e gás caiu 25% em 2016, tendo registado um decréscimo acumulado de 38% em 2016 e 2015. No entanto, os investimentos neste setor voltarão a aumentar este ano.

 A AIE prevê que os investimentos no setor do petróleo e gás subam 6% em 2017 para os 460 mil milhões de dólares. Depois da queda desde 2014, isto pode significar que o setor vê "a luz no fim do túnel".

A recuperação inclui investimentos no Oriente Médio, onde os custos de produção são os mais baixos do mundo, mas também projetos do gás de xisto nos EUA.

Segundo o relatório da AIE, que tem como base as informações das empresas de energia, os resultados do primeiro trimestre de 2017 mostram “uma melhora significativa” do orçamento das grandes empresas do oil & gas, que têm, estado a reduzir custos.

O documento revela ainda que o petróleo e o gás representaram 40% do investimento total em energia em 2016, ano em que na eletricidade a queda do investimento foi de 1%. Este fixou-se em 718 mil milhões de dólares devido ao corte na geração, que não foi totalmente compensado pelo aumento nas redes.

O investimento em novas instalações de geração de eletricidade com fontes renováveis desceu 3% para 297 mil milhões de dólares, menos 3% do que cinco anos antes, ainda que a capacidade instalada fosse 50% superior.

A explicação é a redução dos custos unitários devido à melhoria da tecnologia da energia solar e eólica. O investimento destinado a dispositivos de melhoria da eficiência energética aumentou 9% para 231 mil milhões de dólares.

Segundo a AIE, em 2016, a China manteve-se como o maior investidor em energia, tendo sido responsável por 21% do total mundial. Os EUA mantiveram-se na segunda posição, e inclusivamente aumentaram o seu peso relativo para 16%, apesar da forte descida da atividade do petróleo e do gás.

Em contraciclo da tendência geral, a Índia reafirmou-se no terceiro posto com um acréscimo de 7%. Na Europa, o investimento desceu 10%, sobretudo devido às renováveis.