Do outro lado do Atlântico o entusiasmo está em alta, por cá é esperado um eclipse solar parcial que só será visível com maior duração nos Açores. Ainda assim, a NASA tem planos para que o mundo não perca nenhum instante do fenómeno que só vai poder ser observado na sua plenitude numa faixa que vai de Salem, no estado de Oregon, a Charleston, na Carolina do Sul.
Antes de mais, aqui fica a página onde poderá acompanhar as cinco horas de emissão da NASA, com início previsto para as 17 horas desta segunda-feira em Portugal.
Se é um leigo nestas matérias astronómicas, um eclipse solar verifica-se quando a Lua passa entre o Sol e a Terra bloqueando a luz emitida pela estrela. Nas localidades que ficam na faixa onde o eclipse solar será total haverá um período de penumbra máximo de dois minutos e 40 segundos. O sol ficará totalmente coberto em primeiro lugar pelas 10h18 em Salem, no Oregon (18h18 em Portugal), havendo o último período de escuridão em Charleston, na Carolina do Sul, quando forem 14h47 locais (19h47 em Portugal). Ainda assim, o local onde a escuridão será mais prolongada, os tais 2 minutos e 40 segundos, fica nas imediações de Hopkinsville, no estado de Kentucky, isto quando forem 19h20 em Portugal. Esta cidade, entretanto rebaptizada de "eclipse ville", está em festa. Nesta página oficial pode seguir os acontecimentos.
Por cá, o Observatório Astronómico de Lisboa assina que o eclipse será apenas visível como eclipse parcial em todo o território português e será pouco perceptivel uma vez que começa quando o sol já se encontra próximo do ocaso.
“Nalgumas localidades, o ocaso dá-se antes do eclipse atingir o máximo de magnitude, enquanto que noutras ainda será possível ver o instante do máximo, mas apenas nos Açores é que o eclipse parcial vai ser visível desde o seu início até ao fim, apesar de também aí o sol estar já baixo no horizonte", assinala o OAL.
No continente, a lua cobrirá uma área solar que vai apenas até 22%, sendo que nos Açores e Madeira as percentagens máximas serão um pouco maiores (28% e 33% respetivamente).
No continente, o fenómeno poderá ser observado em Lisboa a partir das 19h45, sendo que ficará coberta uma fração de 19,3% da área, o que como o sol se põe antes não será visível. Em Coimbra e no Porto, o máximo do eclipse parcial ainda será visível, mas apenas 15% e 17% da área ficará tapada pela lua. É no céu da Madeira que mais área solar ficará tapada, 33%, o que acontecerá pelas 20h45 locais. Nos Açores, o fenómeno poderá ser acompanhado a partir das 18h34 nas Flores e Corvo, pelas 18h37 no Faial, 18h38 na ilha Terceira e 18h40 em S. Miguel.
Apesar de não se tratar de um eclipse total em Portugal, o Observatório Astronómico de Lisboa lembra que a observação do sol pode ser perigosa. “A utilização de filtros solares para proteção dos olhos (filtros oculares) ou de equipamentos adequados para observação dos eclipses solares, é absolutamente imperiosa. Estes filtros especializados reduzem drasticamente toda a radiação solar”. Nunca deve usar óculos escuros, vidros negros, películas ou negativos ou radiografias para observar o sol.
Ciência participativa e não só
A NASA fez um apelo para que cidadãos em todo o mundo contribuam com dados através da app Glober Observer. A ideia é recolher informação sobre as condições meterológicas durante o fenómeno.
A agência espacial norte-americana fez já saber que financiou onze estudos que vão usar dados recolhidos durante o fenómeno. “Este vai ser um dos eclipses melhor observados até à data e pretendemos usar esta oportunidade única para aprender o máximo possível sobre o sol e o seu efeito na terra”. Perceber melhor a atmosfera do sol é outro objetivo. “Mesmo com os melhores instrumentos que temos hoje não conseguimos recriar estas observações”, explicou Ryan Milligan, físico solar.
Nos EUA, já lhe chamaram eclipse solar do século. O próximo eclipse solar total será a 2 de julho de 2019, visível a 100% apenas em África.