Passos Coelho: “Greve dos juízes é impensável”

Presidente do PSD equipara os juízes e os magistrados ao Presidente da República, deputados e membros do governo

Pedro Passos Coelho considera "impensável" a greve dos juízes anunciada para o mês de outubro. O presidente do PSD compara a importância destes para o país com a do presidente da República, deputados e outros membros do governo.

"Acho impensável e não faz sentido, num país democrático, que aqueles que fazem parte de órgãos de soberania, por mais razão que tenham, recorram à greve para fazer valer os seus pontos de vista ou os seus direitos. Seria impensável que o Presidente da República, os deputados e os membros do Governo fizessem greve, o mesmo sendo com impensável com os juízes e os magistrados. Os órgãos de soberania não devem ter os seus membros, os seus agentes, nessa aceção que se dá do ponto de vista sindical ao direito à greve. Espero, realmente, que esta decisão seja reavaliada. Não me parece que faça sentido", disse o antigo Primeiro-ministro durante a sua intervenção na apresentação dos candidatos autárquicos em Aljezur, no Algarve.

Passos Coelho realçou ainda não compreender a surpresa do Governo com as reações de muitos agentes da administração pública. "Há muitas instituições em Portugal, sindicatos e trabalhadores, que com esta solução de Governo [PS, PCP e BE), criaram expetativas extremamente elevadas quanto àquilo que deveria ser o resultado de negociações que decorrem com o Governo. O Governo vem colhendo aquilo que semeou, dando a entender às pessoas que vivemos como nunca, em grandes possibilidades, o que não era possível antes quando havia um governo terrível que não gostava das pessoas e dos trabalhadores", frisou, numa alusão óbvia ao período em que ele próprio governou o país. "Esses agentes, muitas vezes, quando sentem que os problemas não se resolvem, decidem passar para outra fase da sua insatisfação", acrescentou.