Rio Ferdinand dedica-se ao boxe (com vídeo)

O ex-futebolista, que se destacou no Manchester United, não põe de parte a possibilidade de tentar uma carreira profissional

Há dois anos fora dos relvados, Rio Ferdinand prepara-se agora para se dedicar a um novo desporto: o boxe. O antigo central inglês, que se tornou numa das grandes figuras do Manchester United do século XXI, vai treinar com o medalhado olímpico Richie Woodhall com os olhos postos num futuro profissional.

"O boxe é um desporto fantástico, para o corpo e para a mente. Sempre fui apaixonado e este desafio é a oportunidade perfeita para mostrar às pessoas que é possível. Não estou a encarar este desafio de forma leve. Nem toda a gente pode tornar-se pugilista profissional, mas com esta equipa tudo é possível", revelou o ex-internacional britânico nas redes sociais.

Rio Ferdinand retirou-se do futebol no fim da temporada 2014/15, depois de uma breve passagem pelo Queens Park Rangers. Nesse mesmo ano, perdeu a esposa Rebecca, vítima de cancro da mama, e acabou por se refugiar no álcool, como confessou há pouco tempo. "No futebol, não tinha de levantar um dedo antes de entrar em campo. Quando chegamos ao balneário, está lá o nosso equipamento. Quando terminamos o jogo, atiramos o equipamento para o chão que alguém vai lá depois e apanha. Alguém vai limpar as botas e ainda nos pergunta se está bem assim. Mesmo quando íamos de férias, eu só tinha que fazer a minha própria mala, porque a Rebecca tratava de tudo o resto. Eu costumava acordar, vestir-me, tomar pequeno-almoço com eles [filhos], levá-los à escola e depois ir treinar, e achava que estava a fazer a minha parte. Mas aquela era a parte fácil. Onde estão os sapatos deles? As roupas? Nós, homens, somos uns ignorantes. As mulheres cuidam da família e da casa e julgamos que isso não é um trabalho. É um trabalho muito duro e importante. De repente, tudo mudou. Como é que marco consulta no médico? Sempre fui ao médico do clube. Não fazia ideia. A Rebecca fazia a cama deles de determinada forma, e quando eles me diziam isso, sentia-me quase insignificante. Pensava: ‘O quer que eu faça, nunca vai ser suficiente", contou, numa entrevista emocionante à BBC.

"Eu saía do quarto à noite e bebia muito nos primeiros três ou quatro meses. No dia seguinte, eu acordava para levar as crianças à escola. Por isso é importante ter uma rede de pessoas à volta", completou. Hoje, esses dias parecem estar bem para trás das costas, e uma nova vida se desenha no horizonte do antigo central.