Ainda não há arguidos constituídos na investigação sobre Pedrógão Grande

Indicação foi dada esta noite ao i pela Procuradoria Geral da República

Ainda não foram constituídos arguidos no inquérito do Ministério Público que investiga a tragédia de Pedrógão Grande. A indicação foi dada ao início desta noite ao i pela Procuradoria-Geral da República, que adianta que a investigação prossegue em segredo de justiça.

Hoje a imprensa noticiou alguns avanços sobre o inquérito que investiga a morte de 64 pessoas no grande incêndio de 17 de junho, sendo também já público que posteriormente o MP instaurou um segundo inquérito com vista à investigação das circunstâncias que rodearam a morte de mais uma vítima no âmbito de um acidente de viação.

De acordo com a edição de hoje do "Correio da Manhã", a investigação a cargo da Polícia Judiciária de Coimbra já inquiriu cerca de cem testemunhas, considerando haver indícios de negligência na atuação da Proteção Civil, meios de socorro, GNR e Ascendi – a empresa responsável pela limpeza das bermas junto às autoestradas.

Segundo o CM, que cita fontes ligadas à investigação, o inquérito está em fase adiantada, admitindo-se a constituição de arguidos no mês de outubro.

Na segunda-feira, o i solicitou um ponto de situação à PGR, que confirmou esta noite que não há então arguidos constituídos, remetendo mais informações para os dois comunicados já emitidos sobre este processo.

“Ainda não é o momento de falar sobre remodelação na Proteção Civil”

Esta tarde, a ministra da Administração Interna, disse não ser ainda o momento para falar sobre uma remodelação na Proteção Civil, depois da demissão do comandante nacional na semana passada. Recorde-se que esta saída nada teve a ver com a atuação da Proteção Civil no combate aos fogos, mas com o facto ter sido tornado público que este dirigente obteve a maior das licenciaturas do seu curso por via de equivalências.

Esta semana o i revelou que há mais suspeitas de irregularidades em licenciaturas de comandantes da Proteção Civil. Entretanto o MAI anunciou também que, na segunda-feira passada, o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, pediu um levantamento com vista à verificação de todas as licenciaturas de dirigentes e comandantes da ANPC. Esse levantamento, a cargo da Direção Nacional de Auditoria e Fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção Civil, tem de estar concluído até à próxima segunda-feira, determinou Jorge Gomes.

Sobre a investigação, Constança Urbano de Sousa disse não haver novidades. “Temos uma investigação de natureza criminal que segue o seu curso, há uma série de relatórios que ainda estão para ser entregues, nomeadamente da comissão independente criada no seio da Assembleia da República, que será entregue, previsivelmente, em outubro e também os relatórios que eu pedi ainda não foram entregues.”