1. CascaisA baixa de Lisboa, Cascais e Albufeira ocupam o top 3 das zonas de maior valor para quem pretende adquirir um imóvel de luxo. E apesar dos preços altos o nível de procura continua elevado nas zonas mais caras. A localização, acabamentos de alta qualidade, existência de zonas exteriores e acessos são apontados pelo grupo alemão Engel & Völkers, um dos líderes mundiais do setor imobiliário de luxo, como as características decisivas na concretização do negócio.
Mas vamos a números. A Avenida Marginal, em Cascais (onde o metro quadrado de um imóvel chega aos 13 690 euros) é a localização que ocupa o primeiro lugar do ranking das localizações mais caras e exclusivas no mercado nacional. Nesta zona, de acordo com a consultora, é possível encontrar uma mansão com sete quartos virada para o mar por 14 milhões de euros, enquanto uma moradia com seis quartos pode ser adquirida por 4,6 milhões de euros. “A localização de exceção, clima temperado, proximidade de praias e campos de golfe e a realização de eventos internacionais, de destaque mundial, são outros dos fatores que atraem compradores nacionais, estrangeiros e algumas celebridades, que elegem Cascais para morar”, diz.
A capital ocupa o segundo lugar do ranking em que a rua Vitor Cordon e Páteo do Pimenta são apontadas como as zonas mais exclusivas, onde o metro quadrado chega a atingir os 11 mil euros. Há destaque para a rua da Emenda com o preço por metro quadrado a atingir os 10 mil euros, assim como o Chiado, Príncipe Real e Avenida da Liberdade. Um apartamento tipologia T3 pode custar 1,2 milhões de euros, enquanto um imóvel T4 pode atingir os 1,6 milhões de euros.
“A oferta do mercado de luxo em Lisboa distingue-se, essencialmente, por imóveis com áreas amplas, em prédios centenários totalmente remodelados e que mantêm as características arquitetónicas tradicionais nas fachadas e interior, com os pés altos ou azulejos nas paredes. Os grandes terraços e/ou varandas com vista de rio são outros dos atrativos”, diz.
Algarve em destaque
O sul algarvio conta com dois lugares no ranking, com Albufeira a ocupa o terceiro lugar da tabela. Olhos de Água, Baleeira e Galé são as localizações preferidas de quem procura uma casa de luxo, onde o metro quadrado vai desde os 5600 euros na Galé, aos sete mil euros euros no Pinne Cliffs Resort.
É possível encontrar uma moradia com piscina inserida no condomínio Pine Cliffs Resort, em Olhos de Água, por 4,5 milhões de euros. Na Galé, uma moradia na primeira linha de mar, com quatro quartos, jardim e piscina chega aos 3,2 milhões de euros, enquanto uma moradia similar na zona da Baleeira pode alcançar os 2,9 milhões de euros.
Já Vilamoura surge na quarta posição. Marina, zona central de Vilamoura e as áreas onde estão instalados campos de golfe são as localizações de excelência. Os valores por metro quadrado rondam os 5365 euros na Volta da Corça, os 5032 euros em Pinhal Velho e os 4296 euros no Lake Resort. Por exemplo, na urbanização da Goldra (Loulé) uma moradia com seis quartos tem um valor de aquisição de 6,1 milhões de euros, enquanto na zona dos campos de golfe (Pinhal Velho) uma moradia com cinco quartos pode custar 2,8 milhões de euros.
“A arquitetura moderna das habitações, existência de campos de golfe de reconhecimento internacional, proximidade à marina, praias premiadas e toda a envolvência fazem de Vilamoura uma zona prime, um destino eleito por compradores nacionais e estrangeiros”, refere a Engel & Völkers.
Apesar da Quinta do Lago, localizada no concelho de Loulé, não estar destacada no estudo é a zona premium algarvia.
Estrangeiros privilegiam Na quinta posição surge a Comporta, no litoral Alentejano. E qual o segredo? A consultora explica: é uma região em desenvolvimento, com 50 quilómetros de costa e uma densidade populacional baixa e, como tal, promove um elevado nível de privacidade, determinante na decisão de investidores que apostam neste destino a uma hora da capital.
Muda, Brejos da Carregueira de Baixo e Praia do Pego são apontadas como as localizações mais exclusivas desta zona, onde o preço por metro quadrado varia entre os 4500 e os cinco mil euros. Aqui, a ampla e diversificada oferta do mercado imobiliário permite dar respostas às diferentes solicitações. Uma moradia com seis quartos e frente de praia, em Melides, pode atingir os 4 milhões de euros, enquanto que nos Brejos da Carregueira uma moradia com cinco quartos vale 1,3 milhões de euros.
“Neste mercado, os compradores são maioritariamente estrangeiros (cerca de 80%), escolhendo este refúgio para férias e segunda habitação, como é o caso do famoso designer francês de sapatos de sola vermelha, Christian Louboutin”, acrescenta.
Sintra ocupa o sexto lugar da tabela com destaque para a Penha Longa, centro histórico e o Belas Clube de Campo como as localizações de exceção, onde os preços por metro quadrado oscilam entre os quatro mil euros e os 4800 euros.
“Quem privilegia a discrição, tranquilidade e privacidade procura Sintra para casa permanente ou habitação para férias, devido à combinação estabelecida entre os ambientes de serra e praia. Os compradores estrangeiros dão preferência aos resorts de luxo, onde permanecem sazonalmente ou por períodos mais longos”, refere a Engel & Völkers, acrescentando ainda que os investidores estrangeiros representam 75% da procura.
Mas vamos a números. Em Azenhas do Mar, um palacete com dez quartos ascende a 2,8 milhões de euros. Já no centro histórico, um imóvel com quatro quartos chega a custar 2,2 milhões, enquanto em Colares, uma quinta senhorial do século XVIII atinge os 3,7 milhões de euros.
No último lugar do ranking aparece Aveiro. Costa Nova e Barra, em Ílhavo, e Vera Cruz e Glória, em Aveiro, são apontadas como as zonas consideradas mais exclusivas nesta zona costeira. Com preços por metro quadrado que variam entre os 2090 e 2678 euros. E apesar dos compradores nacionais ainda liderarem (74%), existem cada vez mais estrangeiros a investir na compra de imóveis de gama alta. “Aveiro é uma zona turística de excelência, com um significativo potencial de crescimento no mercado imobiliário de luxo, acrescenta o estudo da consultora.
Nesta região, uma moradia, com 14 assoalhadas e cinco quartos, localizada junto ao mar, pode custar 1,9 milhões de euros.
Principais compradores
Para a consultora, o setor imobiliário nacional está bem posicionado face aos concorrentes e aponta várias razões: por um lado, Portugal beneficia de uma conjuntura onde questões como a segurança, estabilidade política e proximidade geográfica à Europa são cada vez mais valorizadas. “Estes fatores, aliados às características culturais e climatéricas do país contribuem para as boas expectativas da marca em território nacional”, refere o estudo.
No entanto, a localização geográfica, bem como algumas características locais e dos próprios imóveis, fazem a distinção entre compradores nacionais e estrangeiros. Na capital, áreas costeiras, zonas turísticas e sul do país, os compradores estrangeiros (entre 75% e 90%) superam os nacionais (entre 10% e 20%). Já a norte, a tendência é no sentido inverso, com cerca de 75% de compradores nacionais e 25% provenientes de diversas nacionalidades.
Os consultores são unânimes e elegem franceses, alemães, suíços, belgas, britânicos, americanos, brasileiros e indianos como as principais nacionalidades dos compradores estrangeiros. E apontam para a continuidade da procura, tanto para os centros urbanos, como para as zonas mais direcionadas para férias. “Sobretudo no sul do país, o aumento da procura de segunda habitação de luxo é considerado com um fator favorável à evolução do negócio. Portugal continua a ser um destino de eleição, não só para turismo, como também para investimento”, concluem.
