Hotéis. Portugal ganhou mais 130 unidades em ano e meio

Dados da AHP apontam para a abertura de  95 novas unidades hoteleiras entre 2017 e 2018  e para 32 remodelações/reaberturas de hotéis. 

Entraram em processo de licenciamento 129 novos hotéis neste último ano e meio. Os dados a que o i teve acesso são da Confidencial Imobiliário após a análise de pré-certificados energéticos emitidos pela  Agência para a Energia (ADENE), os quais têm de obrigatoriamente integrar os processos de licenciamento municipal de obras.

Segundo os mesmos dados – que compilam informação entre o ano de 2016 e o primeiro semestre de 2017 -, as tipologias de três ou menos estrelas dominam a nova oferta, correspondendo a 56% dos pedidos de licenciamento, com as categorias de quatro ou mais estrelas a corresponder aos restantes 44% dos pedidos. Os hotéis foram o tipo de projeto dominante no total nacional de novos pedidos de licenciamento referentes a imobiliário turístico iniciados nos 18 meses em análise.

De um total de 245 projetos turísticos sujeitos a licenciamento nesse período, 53% dizem respeito a hotéis, revelam os dados da Confidencial Imobiliário. Os restantes 47% abrangem projetos de complexos turísticos, apartamentos turísticos, turismo de habitação e turismo rural. 

Em termos geográficos, os hotéis foram também o tipo de projeto mais representativo na maioria das regiões portuguesas, à exceção das zonas Norte e do Alentejo, onde representaram um terço dos projetos turísticos em pipeline.  No caso da Grande Lisboa, 82% dos pedidos de licenciamento de projetos turísticos foram para hotéis, enquanto que no Grande Porto representaram 78% do total. Já nas zonas Centro e no Algarve, essas proporções rondam os 59% e os 44%. 

Aberturas e remodelações

A verdade é que o turismo em Portugal continua a bater recordes atrás de recordes e o crescimento da oferta hoteleira está a acompanhar esta tendência. Entre 2017 e 2018 estão previstos 95 novos hotéis em Portugal e 32 remodelações/reaberturas de unidades hotéis, que se vão juntar aos 1237 já existentes. Até ao final do ano estão previstos abrir 51 novos hotéis, deste total 15 já abriram as portas, revelam os dados facultados ao i pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). As regiões de Lisboa e Porto concentram a maior oferta. A capital irá absorver 17 – dois na cidade – enquanto a zona Porto e Norte irá totalizar 15 – dos quais nove estão localizados na cidade nortenha. 

Também a zona Centro irá receber oito novos projetos turísticos, enquanto o Algarve ficará por quatro e o Alentejo terá uma nova unidade turística. Só os Açores ficam alheios a este crescimento, uma vez que, não está prevista a abertura de novos hotéis, ao contrário do que acontece na Madeira, onde vão abrir seis novas unidades hoteleiras. A juntar a este número há que contar ainda com as remodelações/reaberturas. Para este ano está previsto um total de 26, em que 14 já ocorreram nos primeiros seis meses do ano. Mas aqui a região Centro lidera o ranking ao apresentar seis projetos de remodelação/reabertura, enquanto a região de Lisboa conta com cinco e a região Porto e Norte fixa-se nos quatro. 

Para o próximo ano, este ritmo é para se manter. Segundo os dados da AHP, estão previstos abrir 44 novas unidades hoteleiras. Deste total 18 estão localizadas na zona da Grande Lisboa – dos quais 15 serão na capital – e 10 no Porto/Norte, em que seis estão localizadas na cidade nortenha.  Também a região Centro será alvo de novo investimento hoteleiro ao receber seis novas unidades, enquanto o Algarve irá receber três e o Alentejo dois Mais uma vez, só na Madeira é que está previsto a abertura de cinco novos projetos.  E ao contrário do que se verifica em 2017, no próximo ano vamos assistir a um menor número de remodelações/reaberturas de hotéis. Ao todo estão previstos seis: quatro na região de Lisboa, um no Porto e Norte e um na Madeira. 

 Subir preços

A par do aumento da oferta outra prioridade do setor é aumentar o preço e melhorar a taxa de ocupação por quarto. A Associação da Hotelaria de Portugal acredita que é possível melhorar o preço tendo em conta o que o nosso país oferece em comparação com outros destinos. Essa necessidade também é reconhecida pelo governo que tem vindo a defender a uma maior aposta no crescimento em valor, ou seja, subir as receitas turísticas e aumentar a rentabilidade das empresas.

Mas para melhorar este índice, o governo admite que é necessário combater a sazonalidade, que ainda é vista como “acentuada”, principalmente no Algarve. A ideia é simples: reduzir o impacto das variações da procura segundo a época do ano. Outro aspeto a melhorar diz respeito ao aumento da permanência média dos visitantes. 

De acordo com os últimos dados do INE, a hotelaria registou 2,4 milhões de hóspedes e 7,8 milhões de dormidas em agosto, um aumento homólogo de 4,6% e 3,2%, mas inferior face ao mês anterior (6% e 4,7%, respetivamente). Já a estada média (3,2 noites) decresceu 1,3%, enquanto a taxa de ocupação-cama (74,8%) aumentou 0,3 pontos percentuais.  No mês de agosto, o Reino Unido continuou a ser a origem da maior fatia de turistas (22,1% do total de dormidas), mas são os EUA que registaram o maior ritmo de crescimento (43,6%).

Por regiões, o INE adiantou que, nesse mês, observaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões, com destaque para a Região Autónoma dos Açores (mais 15,8%), Alentejo (mais 6,4%) e Centro (mais 6,2%). Ainda assim, as dormidas concentraram-se principalmente no Algarve (peso de 39,3%) e na Área Metropolitana de Lisboa (20,5%). Os proveitos totais desaceleraram ligeiramente para um crescimento de 12,3% (13,1% em julho), atingido 502,8 milhões de euros, enquanto os proveitos de aposento fixaram-se nos 393 milhões, um aumento de 13,2%.