‘Rioísta’ e ‘Santanistas’ com proposta conjunta para alteração dos estatutos

Pedro Rodrigues, apoiante de Rio, apresentou a proposta que conta com a participação de Carlos Eduardo Reis, apoiante de Santana Lopes, que inclui a integração dos militantes na escolha dos candidatos às eleições

No Congresso Nacional do PSD, onde estão à votação propostas de alteração dos estatutos, Pedro Rodrigues, líder do movimento alternativo à liderança de Passos Coelho "PORTUGAL NÃO PODE ESPERAR", apresentou a proposta que impõe a necessidade de aproximar a política dos cidadãos.

"A revolução digital que atualmente vivemos produziu uma transformação brutal da forma como as pessoas se relacionam com as instituições e com a política", afirmou o primeiro subscritor de uma proposta que junta apoiantes de Rui Rio e de Pedro Santana Lopes.

Pedro Rodrigues e André Pardal foram apoiantes do novo líder social-democrata, enquanto Carlos Eduardo Reis e Rui Cristina (dirigente do PSD de Loulé) mostraram o seu apoio a Santana, apresentaram a proposta que contou com a ajuda dos professores de direito Eduardo Vera Cruz e Francisco Pereira Coutinho na sua redação.

Segundo Rodrigues, os cidadãos de hoje já não estão disponíveis para passar um "cheque em branco aos partidos políticos". Os partidos "continuam teimosamente organizados de acordo com regras e paradigmas que alteraram completamente", mantendo-se "fechados em si próprios".

O ex-deputado defende que "o partido não pode deixar de fazer uma decisão séria sobre a forma como escolhe os seus representantes para as [eleições] europeias e autárquicas", sem ter em conta a escolha dos militantes. Por isso, a proposta indica que os "militantes possam escolher metade dos candidatos" através do voto eletrónico.

"O PSD não pode ser insensível à nova realidade que vivemos", acrescentou, "não pode teimosamente manter-se nos anos 90". Rodrigues defendeu, na apresentação da proposta, que "se o PSD, de facto, quer mobilizar a sociedade civil, convocar os setores mais dinâmicos da sociedade, vencer a indiferença da sociedade", terá de "ser recetivo às novas exigências dos cidadãos".

"A força do PSD sempre teve nos seus militantes, grupos, concelhias e distritais", lembrou o ex-deputado que defende um "diálogo permanente com os cidadãos". "A realidade é que os cidadãos também se mobilizam em torno de causas" e o "PSD não pode ignorar essa realidade", acrescentou.