Casas. Aumento da procura dita faturação recorde nas mediadoras

Perspetivas para este ano são animadoras, com as imobiliárias a apontarem para novos crescimentos

A dinâmica a que se assiste no mercado imobiliário em Portugal já se reflete nos resultados das mediadoras presentes em território nacional. A RE/MAX encerrou o ano de 2017 com um total de volume de preços na ordem dos 3,3 mil milhões de euros, relativos a cerca de 60 mil transações, 76% das quais de compra e venda de imóveis. Este número representa um crescimento de 17% no volume total de transações e de 37% em volume de negócios.

Os clientes portugueses representaram 87% das transações da mediadora e 83% da faturação da rede. Os brasileiros investem cada vez mais em imobiliário em Portugal, sendo dessa nacionalidade os estrangeiros que mais negociaram com a consultora, destronando os franceses (líderes em 2016) e os chineses (líderes em 2015). 

Os dados revelam ainda que os apartamentos são a tipologia de imóvel preferida dos investidores em território nacional, ao representarem 63% das transações imobiliárias realizadas. As habitações de três e quatro assoalhadas, T2 e T3 respetivamente, lideram assim as escolhas de compradores e inquilinos nacionais, com 43% e 31% do total registado no período.

Segundo a RE/MAX, Lisboa, Sintra e Oeiras foram em 2017 os concelhos que registaram um maior volume de transações, seguidos de Cascais e Almada.

Também esta semana, a ERA Portugal revelou que tinha vendido 1550 milhões de euros em imóveis, o que representou uma faturação de 87 milhões de euros em comissões de mediação imobiliária. 

Para este ano, as perspetivas da mediadora são animadoras. A empresa estima que “2018 venha a ser um ano ainda melhor e traçou como objetivo vender imóveis no montante de dois mil milhões euros. Se atingir esta meta, a rede de agências ERA irá faturar 100 milhões de euros em comissões de mediação imobiliária, atingindo assim o equivalente a 1% do produto interno bruto (PIB) de Portugal”, revelou.

Entraves

Mas apesar da boa performance das mediadoras, a Cáritas já veio alertar para a dificuldade da maioria dos jovens em comprar ou arrendar casa, apontando como justificação os empregos precários e um mercado de habitação com preços muito elevados. “Assim sendo, os jovens não se comprometem com o arrendamento ou compra de habitação”, salienta o documento, que destaca um estudo do Núcleo de Observação Social da Cáritas Portuguesa (NOS) segundo o qual “a situação da habitação tornou-se incontrolável”, apesar de algumas medidas implementadas.

Segundo o mesmo estudo, o preço das casas antigas sofreu um novo aumento (9,2%) mais elevado que o preço das casas novas (3,5%), subindo em média 7,1% em 2016 e 7% apenas no primeiro trimestre de 2017.

Para ultrapassar este problema, o relatório recomenda aos decisores políticos que facilitem a “habitação a preços acessíveis para os jovens de acordo com os seus rendimentos e [que lhes proporcionem] a oportunidade de iniciar uma vida independente”.