Os brinquedos e a discriminação do género

“Não há brinquedos de menina e de menino. A prática de dividir brinquedos por sexo é uma atitude discriminatória que reforça os estereótipos de género”!

Estas declarações não foram proferidas por alguém sob os efeitos de uma qualquer substância alucinogénia, presume-se, mas sim por uma senhora que responde pelo nome de Catarina Marcelino. E, pasme-se, é nada mais nada menos que a actual secretária de Estado da Igualdade!

Mas estas criaturas que agora vêm para a política são completamente desprovidas de neurónios? Ou, simplesmente, o crescimento cognitivo não acompanhou o desenvolvimento corporal e atingiram, assim, a idade adulta com a mentalidade de uma criança de meia dúzia de anos? Em qual destas duas hipóteses se encaixa esta triste secretária de Estado?

As crianças distinguem-se, dos demais seres, pela irracionalidade do seu comportamento: põem em causa qualquer tipo de autoridade, começando pela dos progenitores e estendendo-se, posteriormente, à dos professores; questionam a obrigação do cumprimento das regras previamente estabelecidas, procurando, em simultâneo, alterá-las a seu belo prazer; insurgem-se contra o que consideram ser a injustiça do mundo, alegadamente presente em todas as fases do seu crescimento, convencendo-se de que as suas ideias é que são as adequadas e que as vigentes são obsoletas e arbitrárias; e têm uma dificuldade crónica em se adaptarem à disciplina e ao cumprimento das obrigações a que estão sujeitas.

Mas trata-se de um processo natural, comum a todos os estratos da sociedade, mas que uma adequada educação vai corrigindo e incutindo-lhes valores e comportamentos fundamentais para as preparar para o futuro que lhes está reservado.

O problema surge quando a educação ministrada foi insuficiente e as crianças chegam à maioridade continuando a comportar-se como o fizeram ao longo da meninice, fenómeno que parece afectar a secretária de Estado.

Mais grave é quando lhes são atribuídas responsabilidades que interferem com a vivência de todos, como são os lugares de competência governativa. Desconhecendo, por completo, os princípios que estiveram na génese da criação humana, agem com manifesta irresponsabilidade e insensatez, provocando graves danos nos alicerces da civilização que herdaram, tarefa em que a secretária de Estado parece estar convictamente empenhada.

E são estes “e estas” (manifesta redundância, mas cujo uso o politicamente correcto pretende impor) que assaltaram os principais órgão de decisão do Estado, transportando consigo as estouvadas ideias que apregoam aos sete ventos e que ambicionam que se tornem força de lei, como, certamente, pretende a secretária de Estado.

Uma vez instaladas nas cadeiras do poder, estas desequilibradas gentes pensam e atuam como se ainda estivessem a dar os primeiros passos nas creches infantis, onde atormentaram as cabeças das infelizes educadoras de infância que tiveram a paciência de as aturar, sabotando todo um trabalho levado a cabo por todos quantos as antecederam naqueles poisos, vício a que a secretária de Estado parece também ter aderido. 

Julgando-se iluminadas e superiores aos que apresentam no seu currículo uma experiência de vida bem sucedida e, em muitos casos, dedicada à causa pública, ignoram as tradições, os costumes e a cultura milenares de todo um povo, pondo em prática políticas totalmente opostas às que guiaram sabiamente a sociedade até aos dias de hoje. 

Tal como as crianças, consideram-se detentoras de toda a razão, zombando dos princípios e valores que as gerações anteriores orgulhosamente souberam preservar ao longo de séculos, ostracizam os mais velhos que aconselham prudência e espezinham quem argumente contra as suas fantasias.

É este tipo de governante, seita a que a secretária de Estado parece incorporar, que agora inunda as instituições de onde emanam os poderes executivo e legislativo e cujos delírios estamos tristemente condenados a suportar, a não ser que no seio dos partidos por onde militam alguém, com mais juízo, os ponha no devido sítio.

À secretária de Estado apenas recomendo para quando for a uma loja de roupas não se deixe arrastar para a secção das senhoras, pois, certamente, se verá enxovalhada e discriminada na sua condição de mulher, e, pela mesma ordem de razões, também não vá à dos homens.

Dirija-se directamente para secção das crianças. Lá, sentir-se-á dentro do seu meio.

Receio bem é que aí não encontre roupa que lhe sirva…