Rússia veta criação de equipa para atribuir culpas no ataque químico sírio

Moscovo autorizou a entrada de uma equipa de investigadores que não está autorizada a atribuir culpas pelo ataque químico. 

A Rússia vetou na noite desta terça-feira uma proposta do Conselho de Segurança das Nações Unidas para enviar uma equipa de especialistas ao local do aparente ataque químico deste fim de semana na Síria que tenha também autoridade para atribuir responsabilidade pela ofensiva. 

Atualmente, o organismo internacional que conduz análises independentes ao uso de armas químicas, a Organização para a Proibição de Armas Químicas, ou OPCW, em inglês, não tem autoridade para atribuir responsabilidades num ataque. Apenas pode verificar se houve, ou não, o uso de armas químicas. 

As regras atuais foram criadas no ano passado pela própria Rússia, que não autorizou a renovação do mandato do organismo que, no seio da OPCW, responsabilizava os autores de ataques químicos. Moscovo não concordava com os moldes de avaliação vigentes. 

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, propôs esta terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU o envio de uma equipa de especialistas da OPCW ao local supostamente atacado este fim de semana com armamento químico, nos arredores de Damasco. Morreram pelo menos 43 pessoas e centenas de ficaram feridas. 

Em paralelo, a OPCW anunciou também esta terça que obteve autorização russa e síria para se deslocar ao local. Os aliados ocidentais da NATO temem que a equipa de investigadores seja limitada por tentativas de manipulação ou constrangimento russo e sírio, as duas forças que controlam agora os domínios atacados.

"Esta resolução é o mínimo dos mínimos com a qual este concelho pode responder ao ataque", afirmou esta terça a embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, em Nova Iorque. 

Donald Trump prometeu responder com severidade ao ataque químico do fim de semana e esta terça falou ao telefone com os líderes da França e Reino Unido. Há relatos de que as fragatas americanas no Mediterrâneo estão em manobras, o que pode indicar um ataque de míssil à distância como o que os Estados Unidos lançaram em abril do ano passado.