Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas. Espanha e Grã-Bretanha campeãs em Vilamoura

O último encontro da qualificação europeia só terminou já depois da meia-noite, após uma longa jornada final em que as equipas favoritas se apuraram para a Holanda -Portugal foi 13.º e último

A Grã-Bretanha e a Espanha venceram os torneios feminino e masculino, respetivamente, da Fase de Qualificação Europeia do Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas, que a Federação Portuguesa de Ténis (FPT) e a Premier Sports organizaram até esta última madrugada (segunda-feira), na Vilamoura Tennis & Padel Academy, no Algarve.
 
As duas equipas eram as grandes favoritas à partida, por serem habituais membros da Fase Final do Mundial, mas por razões diversas viram-se forçadas a disputar o ‘qualifying’ este ano e reagiram bem à pressão adicional de uma teórica superioridade, embora as suas vitórias tenham sido obtido de forma contrastante.
 
Numa jornada chuvosa, que só terminou já depois da meia-noite, a Espanha resolveu rapidamente a questão, e já se tinha sagrado campeã antes das 18 horas. A seleção espanhola venceu os dois encontros singulares diante de Israel de forma enfática, tornando desnecessário a disputa do encontro de pares. Martin de la Puente, 19.º do ranking mundial da especialidade, derrotou Guy Sasson, 98.º por 6-0 e 6-3, enquanto Daniel Caverzaschi, 14.º, bateu Adam Berdichevsky, 36.º, por 6-1 e 6-1.
 
Com dois jogadores do top-20, entre os quais se destaca o “canhoto Dani”, muitas vezes apelidado de Rafa Nadal do ténis adaptado, a Espanha será uma das candidatas ao título na Fase Final do Mundial, na Holanda, de 28 de maio a 3 de junho.
 
«Tínhamos de justificar o favoritismo em campo e por isso nunca quis que os jogadores deixassem de encarar esta Qualificação Europeia de forma leve. Preparei-os para estarem sempre concentrados, treinámos muito durante a semana para além do torneio e é claro que vamos para a Holanda conscientes de que temos uma equipa forte, incluindo o Enrique Siscar, 48.º do ranking, que se estreou aqui na equipa», disse Fernando Esteve, o selecionador de Espanha.
 
Bem diferente foi o sucesso da Grã-Bretanha, que até começou a sua final diante da Rússia meia-hora mais cedo do que a final masculina, mas cujo encontro de pares – o decisivo – só se concluiu depois da meia-noite, após um enorme esforço da organização em manter o court (molhado) em condições de se jogar.
 
O torneio feminino, que este ano teve cinco equipas – uma melhoria em relação às três de 2017 – foi disputado num sistema de todos contra todos. Mas como Grã-Bretanha e Rússia tinham vencido todos os confrontos anteriores com as restantes seleções, o embate entre ambas ganhou foros de uma autêntica final.
 
Quando Lucy Shuker, a 8.ª do ranking mundial, desfeiteou a promissora Viktoria Lvova, já a 21.ª com apenas 19 anos, por 6-3 e 6-1, recuperando de 1-3 no primeiro set, parecia que o assunto estava resolvido. «A Louise Hunt (15.ª) já me ganhou por sete vezes», disse Liudmila Bubnova, a 72.ª mundial. Só que, desta feita, a russa saiu vencedora por 7-5 e 6-2. Foi preciso recorrer aos pares para desempatar, a chuva interrompeu o duelo de duplas por duas vezes e finalmente as britânicas Shuker e Hunt vergaram Lvova e Polina Shakirova (74.ª) por 7-5 e 6-1. Só a britânica Lauren Jones (34.ª) não foi usada na final.
 
«Tivemos muito cuidado quando viemos para Portugal em estabelecer quais as intenções com que vínhamos e, uma vez cá, com o que queríamos fazer em cada dia. Procurámos que cada jogadora tivesse o necessário para dar o máximo em campo e mantivemos um espírito de grupo coeso. Nós, britânicos, estamos habituados muitas vezes a corrermos por fora, mas neste caso sabíamos que eramos o alvo a abater. Era uma situação perigosa, mas sabia que se fossemos profissionais, teríamos uma boa hipótese. Mostrámos que somos uma boa equipa o que dá-nos confiança para a Holanda de estou orgulhoso de cada uma das três jogadoras», disse o selecionador britânico, Ash Smith.
 
As finais foram os únicos confrontos a realizarem-se na última jornada. A chuva não permitiu os restantes duelos que iria decidir a classificação entre o 3.º e o 12.º posto. Portugal, por ter averbado três derrotas na fase de grupos, terminou no 13.º e último lugar: A seleção perdeu 3-0 com a Suíça, 2-1