Marcelo disse esta tarde em Coimbra que o Serviço Nacional de Saúde, ao aproximar-se dos 40 anos, vive um "momento de reflexão serena". No dia em que foi conhecido o pedido de demissão de um dos consultores do governo em matéria de política de saúde, o Presidente da República evocou apenas o grupo de trabalho que está a ser liderado por Maria de Belém Roseira e vai produzir, a pedido da tutela, uma proposta de revisão de lei de bases da saúde.
Marcelo elencou os vários desafios que o setor da saúde enfrenta, dizendo-se preocupado com a "distância crescente entre aquilo que os sistemas podem proporcionar e aquilo que as sociedades deles esperam".
Sem referir em concreto as críticas que têm sido feitas a falta de investimento no SNS, Marcelo falou do "galope das expectativas", acelerado pela "sociedade mediática".
Perante o que descreveu como um clima de "ansiedade constante", deixou alguns conselhos: informação correta, lucidez analítica – para perceber o que é "essencial e urgente" – meios disponíveis, poder de comunicação e "serena esperança". Por fim, deixou um apelo de "paciência", aos que trabalham em saúde e aos que recorrem aos sistemas.
Marcelo deixou Coimbra, onde deu também uma aula na universidade, sem tempo para perguntas dos jornalistas.
A Cimeira Mundial de Saúde reuniu ontem e hoje perto de 1000 pessoas de 40 países. A saúde global foi o mote do encontro, dos desafios clínicos à organização dos sistemas e possibilidades de cooperação internacional.