Ruas de Espanha alvo de protestos contra decisão judicial: “Não é abuso, é violação”

Cinco jovens foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual, no entanto, não foram condenados por agressão sexual

Um dos juízes queria absolver os jovens porque no vídeo a jovem tinha uma expressão “relaxada e descontraída” e, por isso, era “incompatível com qualquer sentimento de medo, rejeição ou recusa” e que os seus “gestos e sons” sugeriam “prazer”.

A vítima disse em tribunal que tinha ficado em choque e que fechou os olhos, estando calada e esperando que tudo acabasse.

Os cinco jovens, membros da Manada – nome dado ao grupo de conversa no Whatsapp – referiram que as relações foram consentidas.

Os juízes acabaram por concluir que não houve violação ou agressão sexual e que houve apenas abuso, condenando cada um a nove anos de prisão.

A sentença gerou uma onda de indignação, originando vários protestos nas ruas de Espanha, com o lema “não é abuso, é violação”. Os políticos também se manifestaram e criticaram a decisão do coletivo de juízes.

O caso remonta a 7 de julho de 2016, durante as festas de San Fermín, em Pamplona. A jovem, que na altura tinha 18 anos, era estudante em Madrid e tinha viajado com um amigo para as festas. Durante a noite, o seu amigo foi dormir para o carro e a jovem, que tinha estado a beber, acabou por se perder de um grupo e sentou-se sozinha, altura em que foi abordada pelos cinco jovens. O grupo ofereceu-se para a acompanhar até ao carro onde estava o seu amigo.

Foi aí que foi levada para as escadas de um prédio e foi abusada e agredida sexualmente. Mais tarde foi encontrada por um casal que pouco tempo depois chamou a polícia, que tomou conta do caso.