Rui Rio vai participar num conjunto de iniciativas que têm em comum versar sobre um tema que o presidente do PSD elegeu como bandeira da sua atuação política desde a campanha interna no partido: a reforma da Justiça.
Entre 21 de maio e 7 de junho, Rio vai reunir-se com diversas entidades judiciárias, do Tribunal da Relação de Coimbra à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, passando pela Direção Nacional da Polícia Judiciária, pela Provedoria da Justiça, pelo Conselho da Magistratura ou pela Ordem dos Advogados, entre outros.
Este conjunto de iniciativas foi anunciado pelo PSD numa altura em que a agenda política está a ser dominada pelos casos que envolvem José Sócrates e Manuel Pinho.
Ainda no debate quinzenal que se realizou na passada quarta-feira, Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, puxou pela primeira vez o assunto do caso Sócrates para o hemiciclo. Negrão começou por perguntar a António Costa «qual a razão por que só agora o PS muda de estratégia e de discurso? Foi com medo de ser contaminado eleitoralmente por José Sócrates e Manuel Pinho?».
A resposta de António Costa foi dada a título pessoal: «Eu vou responder – não como secretário-geral nem como primeiro-ministro, mas como António Costa -, eu, desde há muitos anos, que tenho o mesmo entendimento do que deve ser a separação de poderes», disse, acrescentando que «ninguém está acima da lei».
Mas Negrão não se deu por satisfeito e chegou mesmo a sugerir que a crise económica que assolou Portugal nos últimos anos não foi só fruto da crise europeia. «A bancarrota foi culpa da crise ou foi resultado de nefastas decisões do Governo [de Sócrates]?», questionou.
A atuação de Negrão já lhe valeu elogios internos. Na reunião do grupo parlamentar do PSD, que se realizou no dia seguinte ao debate, até os deputados mais críticos da direção aplaudiram o presidente da bancada e defenderam que o caminho a seguir é a responsabilização dos ministros socráticos.
No entanto, e segundo noticiou a Antena 1, Rui Rio parece discordar desse caminho, recusando fazer oposição à custa de casos passados.