O presidente do PSD encerrou esta terça-feira as jornadas parlamentares do partido na Guarda com uma exigência ao Governo: os sociais-democratas querem saber qual foi o resultado da auditoria independente, pedida há dois anos, pelo Executivo às contas da Caixa Geral de Depósitos. Rui Rio acredita que, desta forma, se saberá quem são os cinquenta maiores devedores ao banco público, mas também os decisores que permitiram o aumento das imparidades no banco público.
Num discurso com mais de trinta minutos, Rio apontou as falhas do Governo e os ganhos de causa do partido na oposição, acusando o PCP e o Bloco de Esquerda de "empurrar o país para a irresponsabilidade". Mais, "o governo das esquerdas também protege o grande capital". Para Rui Rio as esquerdas estão a proteger "os grandes devedores da Caixa".
Rui Rio defendeu ainda que a narrativa de "milagre económico do Governo é uma aldrabice política" e apontou dois exemplos: o imposto sobre os combustíveis e os caso do descongelamento das carreiras de professores.
Numa análise ao papel do PSD durante a sua liderança, Rui Rio reclamou responsabilidades no travão à entrada de capital da Santa Casa da Misericóridia no Montepio, na chamada ao Parlamento do antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, para saber se recebeu algum valor indevido enquanto governante, e na demonstração de que o discurso do Governo não corresponde à verdade em várias matérias. "Não há milagre económico nenhum", garantiu Rui Rio.
Ao mesmo tempo que atacava o Governo, mas também os partidos à esquerda do PS, Rui Rio explicou que o partido vai apresentar um pacote de reformas na Justiça, Coesão Terroritorial, além da Natalidade, e para a Zona Euro. E assegurou que anunciar uma medida avulsa "não serve para nada" e só "dá uma manchete de jornal".
O presidente social-democrata deixou claro que o pacote de medidas a apresentar pelo PSD deve servir para uma década ou mais, quer os sociais-democrates "ganhem eleições ou não".
Na jornadas parlamentares sociais-democratas, o PSD elegeu ainda a descentralização como uma das bandeiras, porque "o poder local democrático é talvez a maior conquista do 25 de abril".