Associações de defesa dos direitos LGBT francesas criticam palavras do papa sobre homossexualidade

Durante a sua viagem de regresso a Roma, depois de ter estado na Irlanda, o papa falou sobre a homossexualidade e afirmou que, caso os pais se apercebam de tendências homossexuais dos filhos na infância devem recorrer à psiquiatria.

Associações de defesa dos direitos LGBT francesas criticam palavras do papa sobre homossexualidade

As associações de defesa dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) em França criticaram, esta segunda-feira, depois de conhecidas as palavras do papa, as propostas "irresponsáveis" defendidas no domingo por Francisco sobre o recurso à psiquiatria para pais que se apercebiam de orientações homossexuais nas crianças.

O papa falava sobre o assunto no avião que o transportou no regresso de Dublin a Roma, e esteve à conversa com um dos jornalistas que o acompanhava.

"Condenamos esta proposta que recupera a ideia de que a homossexualidade é uma doença. Ora, se há uma doença é esta homofobia enraizada na sociedade que persegue as pessoas LGBT", declara a porta-voz da Inter-LGBT, citado pela AFP, Clémence Zamora-Cruz.

A mesma refere que as palavras proferidas pelo papa são "chocantes", uma vez que "afetam as crianças", disse, acrescentando que vários estudos demonstram que o risco de suicídio "é mais elevado do que a média entre os jovens LGBT".

"Graves e irresponsáveis". Estas propostas "incitam ao ódio contra as pessoas LGBT nas nossas sociedades, já marcadas por níveis elevados de homofobia e de transfobia", referiu ainda a SOS Homophobie, através do Twitter.

"Adoraria que o papa não usasse mais os homossexuais para deixar de falar dos padres pedófilos", disse também a presidente da GayLib, Catherine Michaud.