Mulher descobre culpado da morte do irmão no Facebook 37 anos depois

O irmão de Penny Farmer foi morto em julho de 1978, assim como a sua namorada. O cadáver de ambos foi encontrado a flutuar no mar da costa da Guatemala. Até 2015 ninguém sabia o que tinha acontecido nem quem era o culpado. Em outubro de 2015 tudo mudou para Penny. 

A investigação por parte das autoridades não teve um desfecho conclusivo, e só passados 37 anos descobriu quem foi o culpado pela morte do irmão.

Chris Farmer, de apenas 25 anos, e Peta Frampton, uma advogada de 24 namoravam há vários anos, e no verão de 1978 decidiram fazer férias diferentes. Nesta altura, sem telemóveis e sem redes sociais, ambos contactavam com a família a partir de cartas, mas um dia estas deixaram de chegar ao seu destino.

Os cadáveres de Chris e Peta foram encontrados no mar. Havia sinais de tortura, ambos tinham as mãos presas e tinham sido atados a peças de motor para afundarem e não serem encontrados. 

O médico responsável pela autópsia aos cadáveres disse, na altura, que o “aspeto [de ambos os corpos] era monstruoso”.

Assim que Chris deixou de escrever aos pais, foram iniciadas buscas para o encontrar, mas nada se sabia. As cartas que Chris tinha trocado com os pais revelavam que este tinha conhecido "um americano" e os seus dois filhos em Belize e que, por essa mesma razão, tinham optado por não ir para o México de autocarro, como haviam combinado, e forma viajar no barco de pesca do americano até às Honduras. “Num barco não acontece nada”, escreveu Peta.

Um tempo mais tarde, o pai da vítima descobriu, depois de falar com o capitão do porto de Belize, que o filho e a namorado tinham realmente saído de barco – chamado ‘Justin B’ -, mas que nunca mais tinham regressado ao Porto.

As autoridades chegaram mesmo a interrogar o americano, Silas Boston e, embora tenham ficado com algumas certezas de que este estaria envolvido no desaparecimento de ambos, não havia provas.

O caso acabou por ficar então esquecido pelas autoridades, mas Penny nunca esqueceu. Formou-se em jornalismo, casou e teve três filhos e, em outubro de 2015 – 37 anos depois do crime -, Penny entrou no Facebook e decidiu procurar pelo nome que nunca esqueceu. “Só Deus sabe porque não procurei antes. Talvez sentisse que [Silas Boston] estava longe de nós. Ele parecia tão remoto e escondido. Mas ainda bem que procurei”, disse Penny, em declarações à BBC.

A irmã de Chris descobriu o autor da morte do irmão, descobriu os dois filhos – vince e Russel –  e a sua atual mulher. De imediato contactou as autoridades britânicas, que entraram rapidamente em contacto com as autoridades americanas.

As autoridades de Sacramento tinham acabado de reabrir o caso do desaparecimento da terceira mulher de Silas: ambos os filhos tinham dito à polícia que era “um segredo conhecido” que o pai tinha matado a mãe.

Aliás, os dois filhos tinham tentado dizer às autoridades, várias vezes, que viram o pai matar Chris e Peta na Guatemala. 

Todas as polícias envolvidas no caso – a polícia de Sacramento, do Canadá, do FBI, Interpol, Scotland Yard – tinham sido informadas na altura, mas nenhuma tinha agido por, aparentemente, haver falta de coordenação

Mas há mais. Os crimes de Silas não ficavam por aqui. Um dos filhos chegou a dizer às autoridades que o pai tinha matado mais dois turistas, passados apenas 15 dias da morte de Chris e Peta.

O homem, já adulto, contou tudo o que viu naquele dia e como o pai os ameaçou, caso contassem o que tinham visto.

No dia 1 de dezembro de 2016, Silas Boston foi detido e acusado do homicídio do casal. Morreu a 24 de abril de 2017 e, como já se encontrava acamado e a receber cuidados médicos, não chegou a cumprir um único dia de prisão.